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Templo Satânico, nos Estados Unidos, promete aborto à distância

Grupos pró-vida expressaram preocupações com uso de medicamentos sem supervisão médica rigorosa

Por Marcia Pinheiro, do Ongrace

Templo Satânico descreve a matança de bebês em gestação como parte de seu “ritual de destruição” – Imagem: Ilustrativa / IA Bing

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O Templo Satânico (TST), principal organização religiosa satânica do mundo, abriu recentemente uma segunda clínica de aborto por telemedicina. Ela fica na Virgínia, nos Estados Unidos, e promete “serviços de aborto religioso”, descrevendo a matança de bebês em gestação como parte de seu “ritual de destruição”.

A TST, que já tinha uma clínica no Novo México, chegou ao Estado da Virgínia com sua segunda unidade aberta 24 horas por dia, sete dias por semana, de acordo com um comunicado à imprensa sobre a novidade.

A organização afirma não ser associada à Igreja de Satã, fundada na década de 1960 por Anton LaVey, mas se declara uma organização ativista que busca promover objetivos políticos e sociais.


Espaço é acusado de consagrar o aborto como uma prática religiosa – Imagem: Ilustrativa / Freepik

O Templo Satânico é acusado de consagrar o aborto como uma prática religiosa e, como resultado, argumentou que ele deveria, em nome da liberdade religiosa, ser isento das restrições ao aborto que surgiram após a anulação do caso Roe vs. Wade, em 2022.

A instalação com sede na Virgínia é chamada de Clínica de Aborto Satânico Direito à Sua Vida. As mulheres que fizerem abortos na nova clínica pagarão uma taxa pelos medicamentos indutores do aborto, mas o TST declarou que as ajudará com algumas despesas relacionadas a viagens.

Aborto nos EUA

A histórica decisão Roe versus Wade, de 1973, concedeu às mulheres dos Estados Unidos o direito ao aborto até a 24ª semana de gravidez. No entanto, em 24 de junho de 2022, a Suprema Corte dos EUA, de maioria conservadora desde o governo de Donald Trump, revogou essa decisão e devolveu aos 50 estados do país a jurisdição sobre a questão.

Antes mesmo da decisão da Suprema Corte, estados conservadores e religiosos, como o Texas, o Tennessee e o Mississipi, já possuíam regras rigorosas sobre o aborto e para quem realizava esse procedimento. Esses e outros estados republicanos já tinham leis para a proibição do aborto prontas para entrarem em vigor automaticamente logo após a revogação da jurisprudência federal. Com isso, mulheres dos estados com leis antiaborto passaram a viajar para estados liberais a fim de realizar o procedimento.

Trinta e dois estados, relataram 424.242 abortos legais, em 2022, uma diminuição estimada de 31.951 abortos em relação a 2021. Essa amostra inclui ampla variedade de leis estaduais protegendo a vida desde a concepção, ou a partir de quando um batimento cardíaco é detectado ou após o primeiro trimestre.


O Templo Satânico chama o ritual do aborto de uma “experiência espiritual projetada para incutir confiança e autoestima de acordo com suas crenças” – Imagem: Ilustrativa / Freepik

Preocupação

A TST, sediada em Salém, Massachusetts, chama o ritual satânico do aborto de uma “experiência espiritual projetada para incutir confiança e autoestima de acordo com as crenças religiosas da TST”. O aborto à distância gerou polêmica nos EUA em 2021, quando a administração Biden-Harris revogou restrições à distribuição de medicamentos por correspondência.

Vários grupos pró-vida expressaram preocupações sobre a segurança do uso desses medicamentos sem supervisão médica rigorosa, apontando que isso pode resultar em complicações sérias e até fatais.

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