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Crescem as restrições ao protestantismo no México, mas a Igreja da Graça mantém trabalho de fé, evangelismo e ação social no país

Por Carlos Fernandes, do Ongrace

Evangélicos de Chiapas fazem manifesto pela liberdade religiosa: novas leis restritivas e ação de grupos criminosos colocam o México entre as nações onde há perseguição aos cristãos Imagem: Reprodução/Portas Abertas

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O México é uma nação em que grande parte da população tem ascendência indígena — quase 90% dos mexicanos descendem dos povos originários e de sua miscigenação com o colonizador europeu. Assim, as festividades de origem mística, como o popular Dia dos Mortos, têm grande apelo por lá. A maioria das pessoas pratica uma fé sincrética, em que santos da tradição romana são identificados com divindades ancestrais e culto aos antepassados. Quanto à comunidade indígena cristã, que representa menos de dez por cento dos mexicanos, a fé evangélica enfrenta restrições estatais e extraoficiais. Nos últimos anos, igrejas foram atacadas nos estados de Jalisco e Chiapas — neste último, cerca de cem templos tiveram de ser fechados por questão de segurança. O crime organizado, que domina parte da região, afeta o funcionamento das igrejas, atinge a comunidade e alicia jovens à força. Os cartéis de drogas se opõem ao trabalho dos pastores, sobretudo no que diz respeito ao amparo e à reabilitação de dependentes químicos.

Para aumentar o problema, em setembro de 2024, o governo central aprovou uma legislação que tornou as tradições e os costumes uma questão de direito público, colocando-os sob tutela estatal. Isso representa risco de intolerância religiosa no caso das comunidades indígenas cristã. Pessoas convertidas ao Evangelho podem ser submetidas à pressão social para seguir práticas das quais discordam, como orações direcionadas aos mortos ou veneração a ícones sagrados. Além de, eventualmente, terem direitos pessoais e patrimoniais afetados pelas lideranças locais. A mudança na lei significa que as comunidades poderão exercer seus direitos de forma autônoma, sem mediação externa ou do governo. Até tribunais indígenas estão sendo implementados. Por esse motivo, a organização missionária internacional Portas Abertas, que atua em favor da liberdade religiosa, elenca o país latino-americano na lista das 40 nações nas quais a Igreja é mais perseguida no mundo.

O Rev. Monzón, no púlpito da IIGD Mexicana: “Temos um longo trabalho a fazer” Imagem: Arquivo pessoal

Nesse cenário complexo, embora a Constituição mexicana assegure a liberdade de credo, a Igreja Evangélica nacional reconhece que corre perigo. É nesse ambiente que a Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD) tem feito um trabalho espiritual de base, oferecendo ao povo o Evangelho, que salva, cura e liberta. “Tem sido uma obra árdua e persistente, em uma nação que ainda conhece pouco as promessas do Todo-Poderoso”, define o Pr. Enrique Monzón, responsável pela IIGD no país. “A intenção do Missionário R. R. Soares foi apresentar a Palavra do Criador ao povo mexicano. E aqui estamos”. Do início tímido, em um teatro alugado na cidade de Guadalajara — uma das principais regiões metropolitanas do México —, a Igreja foi implantada na Cidade do México, a capital federal, em 2007.

Superando adversidades

Além das reuniões semanais, a Igreja da Graça colabora com a evangelização dos mexicanos por meio do programa Show da Fé pela TV e nas redes sociais. “Temos visto muitas pessoas sendo impactadas pela mensagem da fé”, afirma o pregador. No México, quem se entrega a Jesus, muitas vezes, paga um preço mais alto do que seus irmãos em Cristo no restante da América Latina. Isso porque famílias mais tradicionalistas rejeitam aqueles que abraçam a Palavra. “Muitos cristãos se sentem coibidos para professar sua fé, já que costuma haver perseguição àqueles que abandonam as crenças ancestrais”. Contudo, isso não tem afetado o trabalho social, evangelístico e comunitário realizado pela IIGD. “Apesar das grandes adversidades, temos três templos em funcionamento, e, em cada um deles, pessoas que aprendem a amar o Senhor e a fazer a Sua obra com os próprios testemunhos.”

Implantada na Cidade do México em 2007, Igreja da Graça possui três templos no país latino-americano Imagem: Arquivo pessoal

O Pr. Enrique Monzón lembra que os evangélicos representam menos de nove por cento da população mexicana. Essa minoria religiosa, embora amparada pelo Artigo 24 da Constituição da República, o qual garante plena liberdade de cultos, enfrenta restrições que não se aplicam às demais tradições religiosas nacionais. “Um programa, como o Show da Fé, não pode ser contínuo aqui”, destaca o pastor, mencionando o fato de que, por lá, a atração não pode ser diária em canal aberto, como acontece no Brasil. Outra diferença significativa entre os dois países diz respeito à realização de cruzadas e eventos religiosos em espaços públicos. “Aqui, deve haver autorização prévia, tanto da cidade que receberá a celebração como do governo federal, por meio da Diretoria Geral de Assuntos Religiosos, que controla todas as igrejas do país”, informa o líder. Mesmo assim, o Pr. Monzón dá o tom que motiva a IIGD no México: “Ainda há muito trabalho por fazer aqui.”

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