Na medida certa
14/01/2025Descobertas arqueológicas de 2024 corroboram relatos do Antigo Testamento
Por Carlos Fernandes, do Ongrace
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O ano de 2024 registrou novas e importantes descobertas na área da Arqueologia Bíblica. Uma das principais foi a revelação de evidências físicas do cerco dos assírios a Jerusalém, ocorrido por volta de 700 a.C. e narrado no segundo livro de Crônicas. A ação de guerra, comandada pelo rei Senaqueribe, visava à conquista de Judá, na época governada por Ezequias. O arqueólogo britânico Stephen Compton ao utilizar mapas antigos e painéis em relevo encontrados em escavações realizadas em Nínive (cidade bíblica da Antiguidade apontada como capital assíria), que mostram a tomada de Laquis, identificou um sítio em formato oval tido como ponto de acampamento dos invasores.
Com o auxílio de técnicas modernas de mapeamento digital, a equipe de Stephen Campton sobrepôs as imagens e confirmou que se tratava do acampamento assírio. Segundo o relato bíblico, Senaqueribe desceu a Jerusalém e proferiu palavras de afrontas contra o rei de Judá e o Senhor. Ezequias, então, ordenou que as fontes de água fora da cidade fossem soterradas, a fim de dificultar a ação dos inimigos e, junto com o profeta Isaías, clamou a Deus por socorro. Em resposta à oração, o Altíssimo enviou um anjo que exterminou o exército dos assírios. Derrotado, Senaqueribe voltou à sua terra e lá foi assassinado pelos próprios filhos.
Outro achado relevante é o local do pórtico de Siló, citado em 1 Samuel 4.18. Escavações realizadas em 2024 pela Associação para Pesquisa Bíblica (ABR, sigla em inglês) em Tel Shiloh, Israel, possibilitaram a descoberta. Nos muros da antiga fortificação, foi encontrado um nicho onde, provavelmente, ficava a porta junto à qual o sacerdote Eli caiu da cadeira e morreu ao saber que os filisteus haviam tomado a arca da Aliança e matado seus filhos.
A Arqueologia Bíblica é um ramo das ciências arqueológicas que se dedica ao estudo de achados relacionados às Escrituras Sagradas. Ela ganhou força a partir do descobrimento, nos anos de 1940, dos Manuscritos do Mar Morto, contendo a mais antiga versão conhecida de textos bíblicos. A Arqueologia Bíblica se contrapõe ao ceticismo de parte da Academia acerca da veracidade histórica dos escritos sagrados. De lá para cá, inúmeras descobertas têm ido ao encontro das narrativas do Antigo e do Novo Testamento.