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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, solicitou uma reunião bilateral com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) às margens da cúpula do G7, no Canadá, para a qual os dois líderes foram convidados.
O encontro das sete principais economias industrializadas do mundo ocorre em Kananaskis, na província canadense de Alberta, de domingo (15) até a próxima terça (17). O G7 é composto por Estados Unidos, Alemanha, França, Reino Unido, Japão, Itália e Canadá. A União Europeia também participa.
Lula deve comparecer a uma sessão ampliada da reunião, no dia 17, com um seleto grupo de países não membros do G7 que foram convidados.
A lista inclui África do Sul, Austrália, Coreia do Sul, Emirados Árabes Unidos, Índia e México.
O pedido ucraniano por uma bilateral com Lula ocorreu nos últimos dias. Como resposta à consulta, membros do governo brasileiro disseram que ainda não era possível tratar dessa agenda, uma vez que Lula seguia sem confirmar sua presença em Kananaskis.
Na manhã desta quarta-feira (11), Lula conversou por telefone com o primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, ocasião na qual disse que viajará para o G7.
Ele aproveitou a ligação para convidar Carney para a COP30, a reunião global do clima, que ocorre em novembro em Belém. De acordo com um comunicado do Planalto, o premiê canadense confirmou a viagem ao Brasil.
Se confirmado o encontro com Zelenski, será a segunda reunião privada entre os dois. A primeira ocorreu às margens da Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova York, em setembro de 2023, meses depois de um desencontro na cúpula do G7 em Hiroshima (Japão), em maio, ter impossibilitado uma reunião.
Na ocasião, os dois presidentes responsabilizaram um ao outro pelo cancelamento de uma conversa que teria sido agendada e não ocorreu. Lula disse que Zelenski “não apareceu”; o ucraniano, depois, afirmou que o brasileiro “não achou tempo” para se reunir com ele.
Lula assumiu o governo em 2023 com disposição de tentar se colocar como um possível mediador para o conflito iniciado um ano antes, quando a Rússia invadiu a Ucrânia.
Nos primeiros meses do mandato, no entanto, declarações vistas como pró-Moscou geraram críticas de países do Ocidente, entre eles os EUA, então sob a gestão Joe Biden.
Meses depois, o assessor internacional de Lula, Celso Amorim, costurou com a China uma posição conjunta para uma futura negociação de paz na Ucrânia.
O plano sino-brasileiro foi rechaçado por Zelenski, que em discurso na Assembleia-Geral da ONU, em setembro de 2024, acusou os dois países de viabilizarem indiretamente os avanços de Vladimir Putin.
Neste ano, Lula voltou a se engajar no tema. Após participar das celebrações dos 80 anos da vitória russa na Segunda Guerra Mundial, ele pediu a Putin, durante uma ligação, que fosse a Istambul negociar um cessar-fogo. Delegações dos dois lados da disputa se reuniram na Turquia para conversas, mas nem Putin nem Zelenski compareceram.
“Seria um gesto que ele [Putin] faria para aqueles que não acreditam que ele quer paz. Ele explicou as razões dele. Obviamente que eu fiz uma proposta dessa, sabendo que um governo tem uma série de gente que ajuda ele a tomar decisão e que, muitas vezes, o presidente não se expõe de ir em uma primeira reunião”, disse Lula em entrevista coletiva em Paris, em recente visita de Estado à França.
“Mas eu disse para ele que era importante que ele se expusesse, que ele fosse a Istambul, só tornar público qual é a base do acordo. Bom, ele não foi. Eu lamentei que ele não tenha ido. Se fosse eu naquela situação, eu teria ido. Então, eu acho, companheiro, que está mais próximo de um acordo do que parece”.