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A força de trabalho, dedicação e espiritualidade de milhares de obreiros voluntários são atributos essenciais para que a Igreja Internacional da Graça de Deus realize a obra do Senhor

Por Carlos Fernandes, do Certeza da Vitória

Povo reunido em Madrid, na Espanha: manifestação de poder
Fotos: Divulgação IIGD

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Começa o culto. Já nas primeiras orações, um grupo de homens e mulheres uniformizados se espalha entre os irmãos, ocupa posições estratégicas e fica atento ao desenvolvimento da reunião. Enquanto todos adoram ao Senhor, essa equipe presta sua reverência a Deus atendendo às necessidades do dirigente e dos demais encarregados pela condução da celebração. São eles que recolhem as ofertas, conduzem os microfones até as pessoas que querem contar uma bênção e intercedem pelas vidas ali reunidas. Depois que todos vão embora, são esses servos diligentes da casa do Senhor que guardam o material utilizado, limpam o templo e o preparam para que mais pessoas possam cultuar ao Altíssimo com conforto, segurança e em uma atmosfera espiritual propícia ao agir do Senhor.

Para a obreira Betânia, o ministério envolve a obediência ao Senhor – Foto: Arquivo pessoal

Essas ações se repetem diariamente, nos milhares de templos da Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD) espalhados pelo Brasil e pelo mundo. E eles estão sempre lá — são os obreiros, voluntários que dedicam parte importante de seu tempo ao serviço cristão. Sempre a postos para sanar as necessidades da obra do Senhor, pessoas de todas as idades, origens, etnias e condições sociais se unem nesse propósito. Esse é o caso da administradora Betânia Maria dos Santos Alheiros, que, há 15 anos, é obreira no templo sede da IIGD no Recife (PE). “Na verdade, aceitei essa missão em obediência ao Pai. Por alguns meses, tentei resistir, mas o poder de Deus me alcançou de tal forma que não consegui fugir”, afirma. Desde então, ela presta atendimento às pessoas, ora por elas, além de organizar os materiais de limpeza e colaborar com as campanhas realizadas pelos pastores.

Antônio Carlos lidera 81 obreiros em Salvador (BA): satisfação por servir a Deus – Foto: Divulgação

Betânia frisa que, embora seu trabalho voluntário beneficie muitos, ela mesma é abençoada: “O que recebo em troca é crescimento espiritual, plena paz e revelação da Palavra do Senhor”. E ela consegue conciliar essa atividade com as demandas pessoais, profissionais e familiares. “O segredo é organizar o nosso tempo com sabedoria. O texto bíblico de Eclesiastes 3.1 nos ensina que há momento para todas as coisas. Quem age assim não desperdiça seu tempo”, ensina. É a mesma motivação do motorista de transporte coletivo Antônio Carlos Gonçalves da Silva, que congrega na sede da Igreja da Graça em Salvador (BA). “Realizamos diariamente tudo o que nos for designado”, diz, com a satisfação de quem sabe estar no centro da vontade divina.

Para Antônio, o trabalho é uma singela retribuição ao que Deus fez em sua vida: “Cheguei à Igreja da Graça na Semana Santa de 2009, e Jesus me resgatou. Há 12 anos, sou auxiliador na Sua obra. Eu me renovo em fé diariamente, para perseverar na doutrina de Cristo”, enfatiza. “Peço sabedoria a Deus e procuro conciliar tudo, para me adequar a todas as situações”. Na Igreja, ele lidera outros 80 obreiros, a quem considera colegas de ministério. “Procuro me manter ativo e orientá-los para as tarefas ministeriais do dia a dia”. Antônio organiza bem a sua agenda — e, enquanto a aposentadoria se aproxima, faz planos para servir ao Senhor com ainda mais dedicação.

“CARTÃO DE VISITA”

“O serviço desses irmãos é tão importante que costumo chamá-los de nosso ‘cartão de visita’”, destaca o Pr. Fernandes Lima, da sede paulista da Igreja da Graça, onde atua ao lado do Pr. Jayme de Amorim e coordena esse ministério. “Afinal, são os obreiros que fazem o primeiro atendimento às pessoas que chegam precisando de ajuda.” Lima os considera essenciais ao bom funcionamento de uma congregação. “Eles têm grande parcela de participação para um culto ser bem-sucedido”. Para isso, claro, é necessário haver preparação prática e espiritual. O pastor explica que, na entrada dos templos da IIGD, há avisos orientando que quem quiser realizar a obra de Deus voluntariamente deverá procurar os responsáveis pela igreja local. “Há uma triagem e, depois disso, um cadastro, pelo qual os interessados são encaminhados para um curso, que é feito antes de assumirem essa missão.”

Entre as condições, o aspirante precisa ser maior de idade — “e convertido ao Senhor, é lógico”, pontua Lima —, frequentar a Igreja com assiduidade, ser batizado nas águas e com o Espírito Santo — experiência considerada como um revestimento de poder que qualifica a pessoa para uma vida cristã mais efetiva. O curso básico tem duração de quatro meses e é oferecido pela Escola Teológica da Academia da Graça de Deus (Agrade). Fernandes Lima é um dos instrutores do curso, tarefa que desempenha com grande alegria há mais de 25 anos: “Assumi a direção dessa importante missão em 1998.”

O aposentado Raimundo declara: “Minha Igreja é minha família” – Foto: Arquivo pessoal

Cheio de fé e disposição para cumprir o Ide de Jesus, o obreiro Raimundo Afonso de Oliveira, de 74 anos, está na casa do Senhor todos os dias de cultos e atividades da Igreja Internacional da Graça de Deus em Natal (RN). “Minha Igreja é minha família”, afirma o aposentado. “Sou muito feliz assim.” Raimundo é membro da IIGD desde 2006 e já cuidou de cinco congregações. Ele é atuante no evangelismo e não deixa nada por fazer, seja nas reuniões, seja no atendimento aos pedidos dos pastores. “Faço tudo com muito prazer e me orgulho disso”. No seu caso, a decisão por ingressar nesse ministério voluntário surgiu logo que chegou à IIGD: “Senti uma força tão profunda que, de lá para cá, nunca mais deixei de cuidar da casa do Pai.”

Maria Lucia, servindo a Ceia do Senhor: “Eis-me aqui” – Foto: Divulgação

A aposentada Maria Lúcia Pinheiro de Jesus, de Salvador, é outra que se entrega à seara do Mestre. Com filhos adultos, ela pode dedicar seu tempo ao que mais gosta de fazer: ser obreira de salão na Igreja da Graça. Tem sido assim há 15 anos, desde que se converteu ao Senhor. “Se precisam de mim na limpeza, eis-me aqui; se a necessidade for na escola bíblica, eis-me aqui; se for para abrir o culto, eis-me aqui; na cantina, eis-me aqui”, brinca. Mas, é claro — suas funções são levadas com seriedade, desde o começo, no templo do bairro Engenho Velho da Federação. “Quem nos capacita é o Espírito Santo. Com Ele no comando, é só vitória!”, decreta. “Se fizermos a obra com amor, não haverá empecilho, falta de tempo ou dificuldade que nos paralise.”

O Pr. Jefferson coordena os obreiros em Minas Gerais e destaca a importância desse trabalho “dentro ou fora do templo” – Foto: Arquivo pessoal

DENTRO E FORA DO TEMPLO

Responsável pelo ministério dos obreiros da Igreja da Graça em Minas Gerais, o Pr. Jeferson Apolinário destaca que é somente com a ajuda desse grupo que as atividades são mantidas com eficiência: “A nossa Igreja tem diversos trabalhos sociais em presídios, hospitais e entre pessoas em situação de rua. O obreiro é aquele que nos auxilia, levando uma palavra de fé e ganhando almas para o Reino de Deus. Ele é muito importante, tanto dentro como fora do templo”. Jeferson acentua que a IIGD tem um curso preparatório para ampliar a visão ministerial de quem deseja participar dessa equipe. “O curso é feito na Igreja. O obreiro recebe a apostila, pela qual será feito o estudo com o pastor responsável, no período de dois meses.” Segundo ele, a seleção de pessoas é feita por meio do convite do pastor aos membros, durante o culto. “Aqueles que aceitam o chamado e se disponibilizam são avaliados em função dos frutos que têm dado, e daí entramos em um propósito de oração.”

O empresário Anacleto, do Recife (PE), ministrando a Palavra: “A unção como obreiro me deu uma alegria imensa” – Foto: Arquivo pessoal

Ele ressalta que nada deve ser feito por obrigação, mas, sim, por gratidão a Deus: “Afinal, é Ele quem nos chama para fazer parte de Sua obra”. Foi exatamente isso o que aconteceu na vida do empresário pernambucano José Anacleto da Silva Belo: “Quando nosso líder estadual derramou o azeite da unção em minha cabeça, senti uma alegria imensa. Isso aumentou o meu desejo de anunciar a graça de Deus a mais pessoas”, lembra-se. Entre as várias atribuições de Anacleto, estão a participação nos cultos de libertação, toda sexta-feira, e o evangelismo, nas tardes de sábado. Anacleto acredita que o obreiro precisa ter compromisso com o Reino para desempenhar bem o seu papel. “Temos de priorizar o Senhor”, frisa. Ele admite que, quando começou a frequentar as reuniões da IIGD, há 14 anos, relutou em atender ao chamado. No entanto, ao aceitá-lo, não retrocedeu. “Fui batizado e ainda passei uns dois anos como candidato. Porém, quando me decidi, foi para valer. E não volto mais atrás, em Nome de Jesus.”

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