Resposta positiva
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Viviane Castanheira, do Ongrace
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Ao longo dos séculos, a Igreja tem sido um pilar de transformação em diferentes esferas da sociedade. Desde a educação e saúde até a promoção da justiça social e a disseminação de valores éticos e morais, essa instituição divina desempenha um papel significativo na formação de indivíduos e no fortalecimento de comunidades.
Transmitir princípios como amor ao próximo, compaixão e perdão é uma das missões centrais da Igreja de Cristo na Terra, materializando esses preceitos por meio de ações sociais que impactam vidas. Um exemplo inspirador é o trabalho realizado pela sede da Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD) em Natal (RN). Há uma década, o Ministério do Sopão, coordenado pela Pra. Adenise Aquino de Lima, presta assistência às pessoas em situação de rua.
Com o apoio de cerca de 20 voluntários dedicados, todas as segundas-feiras o ministério vai às ruas da capital potiguar para oferecer mais do que alimentos. Eles entregam cuidado, esperança e a Palavra do Senhor. “Primeiro, a gente dá uma mensagem, depois distribuímos sopa, roupas, água, café, e terminamos com uma oração” explica Adenise. O ministério oferece uma oportunidade de recomeço aos que desejam mudar de vida, encaminhando-os para um Centro de Recuperação parceiro da Igreja. “Quando alguém aceita sair daquela situação, nós o levamos para a clínica e acompanhamos todo o processo de recuperação. Em cada etapa, damos assistência à pessoa”, acrescenta a coordenadora.
O trabalho não para por aí. Mensalmente, aqueles em recuperação são convidados a participar da ceia na Igreja, onde são recebidos com um café da manhã especial. Além disso, são atendidos com itens de necessidade. “Muitos já venceram essa fase e, hoje, vivem em suas próprias casas, graças a Deus”, celebra Adenise.
É o caso do auxiliar de mecânico Marcos Antônio Lopes da Silva, 40 anos, que foi resgatado das ruas do Centro de Natal pela equipe. “Deus transformou a minha vida, graças à Igreja da Graça”, emociona-se Marcos Antônio que viveu em situação de rua por quase dois anos até decidir largar as drogas e aceitar Jesus. “Toda segunda, eu ia ali para comer. Mas, um dia, a pregação da pastora tocou o meu coração, e eu olhei para o Céu e disse: ‘Deus, muda o meu caminho, muda a minha história!’Foi então queaceitei o convite para ir para o centro de recuperação. Foi a melhor decisão da minha vida!”, relata o mecânico, que passou seis meses na clínica. “Ao longo daqueles meses, tudo foi mudando. Deus restituiu tudo e me deu uma família”. Desde então, Marcos tem se dedicado ao trabalho de resgate de vidas por meio da mensagem do Evangelho. “Há poder no sangue de Cristo para mudar qualquer história, e eu quero proclamar essa Palavra para o maior número possível de pessoas”, diz o auxiliar de mecânico, que hoje mora em Fortaleza (CE) e, nas horas vagas, viaja nos ônibus da capital cearense pregando a salvação em Jesus e contando o seu testemunho.
De acordo com o Pr. Elder Cavalcante, líder estadual da congregação no Rio Grande do Norte, a Igreja atua como agente de mudança social, partindo pelo âmbito espiritual. “Uma pessoa que está em situação de rua, nas drogas, nos vícios ou na prostituição, quando tem o entendimento transformado pela Palavra, ela muda, e isso, consequentemente, vai impactar a sociedade”, garante o líder. Cavalcante explica que os cristãos podem fazer a diferença pregando as Boas-Novas, curando os enfermos, expulsando os demônios, libertando as pessoas e trazendo-as para Cristo. “Como disse o apóstolo Paulo, levando cativo todo o pensamento à obediência de Jesus Cristo. Nós temos que cativar os pensamentos para levá-lo à obediência do Pai celeste. Então, essa é a maior contribuição social”, frisa.
Todos em ação
A sede estadual da IIGD em São Paulo tem sido um verdadeiro refúgio para aqueles que necessitam de apoio, esperança e direcionamento. Sob a liderança da Pra. Fátima Amarante, o Ministério de Ação Social atende, em média, 30 pessoas todos os dias. No templo, elas recebem não apenas itens essenciais, mas também uma palavra de fé que as fortalece e as inspira a recomeçar. “Nas ruas, entretanto, atendemos um número muito maior, mas não temos esse controle. Acredito que 150 pessoas são abordadas diariamente pelas equipes de evangelismo. Costumamos levar por volta de 300 lanches. São muitos voluntários de vários ministérios que saem conosco”, conta a pastora, ressaltando que sempre há uma equipe de evangelismo para o atendimento daqueles que precisam. “Todos os dias, à noite, eles levam lanche, água, roupas e oferecemos acolhimento inclusive na Cracolândia”, conta.
Olhar de compaixão
Na IIGD Piedade, em Jaboatão dos Guararapes (PE), a história do porteiro Joaquim Carlos de Moura dos Santos, 38 anos, chama a atenção. Joaquim não era uma pessoa em situação de rua, mas vivia embriagado próximo à porta da Igreja. Quando tinha apenas 15 anos, o jovem começou a beber com amigos e, aos poucos, passou a consumir bebidas mais fortes, chegando a ponto de ingerir álcool etílico. “Eu estava tendo uma vida sofrida”, salienta o pernambucano que tinha a autoestima baixa e achava que ninguém seria capaz de amá-lo de verdade.
Joaquim começou a trabalhar como segurança em uma farmácia que funcionava em frente à Igreja da Graça em Piedade. Ali, ele passou a ser cumprimentado e receber uma palavra de vida daqueles que entravam no templo. “Eu achava que ninguém se importava comigo, mas aquelas pessoas se preocupavam com o meu bem-estar. Mesmo bêbado, trabalhando de ressaca, elas não deixavam de falar comigo”, lembra-se. O que mais o comoveu foi a atenção que um menino, na época com nove anos, deu a ele. Felipe Leal, filho do Pr. Leandro Leal, sempre levava lanches e fazia questão de cumprimentar o segurança. “A atitude daquela criança me marcou muito”, declara.
A compaixão dos irmãos de Piedade surtiu efeito. Joaquim começou a assistir aos cultos e se converteu a Jesus. “Contei tudo o que estava acontecendo comigo para o pastor e perguntei se ele poderia me ajudar, porque não queria mais viver daquela forma”. A bênção do Senhor é sempre completa. O segurança se casou alguns meses após a conversão. “Jesus olhou para mim de um modo que eu nunca achei que alguém me olharia”, afirma comovido. O Pr. Leandro o ajudou a dar os primeiros passos na fé. “Ele me tratou como um filho, como me trata até hoje. Esse homem plantou uma palavra de fortalecimento no meu coração”, emociona-se Joaquim. O pastor Leandro lembra-se do processo dos desafios enfrentados por Joaquim. “Desde a infância, Joaquim enfrentava uma batalha em busca de amor, e ele o encontrou nas ações do Filipinho, que foi lá e pregou Cristo, deu um alimento, como os demais irmãos. Então, penso que essas atitudes complementaram a Palavra pregada. Eles se tornaram amigos e até aceitaram Jesus juntos no mesmo dia”, recorda-se Leal.