Por Carlos Fernandes, do Ongrace

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Você percebe que, em alguns momentos, a sua mente está cansada? Tem enfrentado dificuldades em organizar as informações e está sempre pensando no que tem de fazer a seguir? Então, você pode estar com o “cérebro podre”. Mas atenção: não se trata de um processo de degeneração orgânica, e uma sobrecarga de informações digitais, que pode causar dificuldade de concentração, redução da produtividade, agitação e quadros de ansiedade ou depressão.

O termo em inglês, brainrot, surgiu em 2024 e define o impacto mental provocado pela absorção exagerada de informações de má qualidade ou, simplesmente, desnecessárias pela internet. Sabe aquele hábito de ficar rolando a tela do celular aleatoriamente, lendo diversos conteúdos, mas sem prestar atenção a nenhum de fato? Isso é sinal de que você pode estar prestes a ter o cérebro “apodrecido”.

Acontece que todo esse material absorvido pelos olhos se apaga da mente segundos depois, sendo logo substituído por novas informações. Essa condição tem sido estudada pelo Newport Institute, grupo de centros dedicados à saúde mental nos Estados Unidos e foi tema de uma pesquisa envolvendo mais de 35 mil pessoas. A expressão brainrot foi eleita como a palavra do ano pela Universidade de Oxford, na Inglaterra, e está ligada a uma letargia do cérebro, que fica mais lento e distante da sua plena atividade.

Outra pesquisa, publicada na revista científica americana National Library of Medicine, mostrou que o consumo de conteúdos digitais sem critério ou controle pode produzir alterações cognitivas e afetar a atenção e a memória — tais impactos, inclusive, foram identificados na massa cinzenta do cérebro. Esse quadro, contudo, pode ser revertido. O Newport Institute recomenda que a melhor maneira de prevenir a podridão cerebral consiste em limitar o tempo na tela, excluir aplicativos que só trazem distrações e desligar as notificações desnecessárias.