
Aumento dos casos de morte assistida preocupa sociedade e desafia Igreja no Canadá
21/04/2025Por Carlos Fernandes, do Ongrace

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Considerada uma das 30 nações onde há mais perseguição religiosa no mundo, a Nicarágua anunciou, no fim de fevereiro, sua saída do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU). A decisão foi uma retaliação ao relatório expedido pelo órgão, que acusa o regime ditatorial do presidente Daniel Ortega de violar direitos humanos e adotar medidas restritivas contra líderes cristãos opositores ao seu regime.
O documento aponta a existência de uma “máquina de repressão” no país da América Central. A perseguição de Ortega é direcionada a vozes dissonantes. Somente no ano passado, houve 46 prisões de líderes cristãos. Além disso, o governo impõe que algumas lideranças se apresentem toda semana à polícia, levando relatos de suas atividades ministeriais e fotos dos locais de culto, o que contraria a liberdade religiosa prevista na Constituição da Nicarágua.
Observadores indicam um declínio progressivo da liberdade religiosa no país. Desde 2018, mais de cinco mil instituições – organizações civis e associações comunitárias ligadas a grupos cristãos – foram fechadas. A Comissão Sobre Liberdade Religiosa Internacional do governo dos Estados Unidos revela que, além de prisão e expulsão de religiosos, propriedades das igrejas têm sido apreendidas pelo governo de Ortega.
As denúncias constam no estudo intitulado Controle total: a erradicação de vozes independentes na Nicarágua, elaborado pela associação Christian Solidarity Worldwide (CSW), organização não governamental de direitos humanos que defende a liberdade de crença. Lá, cultos têm sido interrompidos, e eventos, dispersados à força pelas autoridades. As igrejas que descumprem as ordens do governo de Manágua são advertidas de que, em caso de reincidência, os responsáveis pelas congregações estão sujeitos a pagamento de multas, prisão ou exílio.
Ortega governa a Nicarágua desde 2006 e se mantém no poder por meio de sucessivas reeleições (a última, em 2021) em pleitos repletos de indícios de fraude.