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23/04/2025
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Afastamento do trabalho por transtornos mentais aumenta no Brasil

Por Carlos Fernandes, do Ongrace

Transtornos mentais são responsáveis por quase meio milhão de afastamentos do trabalho por ano no Brasil – Imagem: fizkes / Adobe Stock

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Dados do Ministério da Previdência Social mostram que nunca houve tantos afastamentos do trabalho por transtornos mentais no Brasil. Nos últimos dez anos, o total de licenças concedidas por esse motivo subiu quase 70%. Somente em 2024, foram registrados 440 mil afastamentos — considerando apenas trabalhadores com carteira assinada. A maior parte das ocorrências se deu em razão de transtornos de ansiedade (142 mil casos), seguidos por episódios depressivos (113 mil) e transtorno depressivo recorrente (52,5 mil).

Outros afastamentos ocorreram por problemas, como desajuste afetivo bipolar, transtornos mentais e comportamentais decorrentes do uso de drogas e outras substâncias psicoativas, reações ao estresse grave, transtornos de adaptação e ergofobia (fobia ao trabalho). Esta pode ser desencadeada por ambientes de trabalho tóxicos, experiências profissionais traumáticas e assédio por parte de chefes e superiores.

Devido ao seu profundo impacto social e econômico, o absenteísmo e a degradação das relações de trabalho têm impacto direto na carreira dos profissionais e na saúde financeira dos empregadores, algo que preocupa estudiosos do tema. Para o Prof. Antonio Virgílio Bittencourt Bastos, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), os números demonstram o que já vinha sendo monitorado por especialistas: “Há uma crescente crise de saúde mental no Brasil”, aponta Bastos, que é doutor em Psicologia pela Universidade de Brasília (UnB).

Segundo ele, a insegurança em relação ao próprio exercício profissional é um dos fatores desencadeantes dos afastamentos. “O impacto da revolução tecnológica, que está reestruturando postos de trabalho e redefinindo modelos de gestão, precariza o trabalho e fragiliza vínculos. Isso, de alguma forma, torna a situação no trabalho específica, em que essa crise assume proporções, tonalidades e características próprias”, alega o professor, o qual ressalta que modelos arcaicos de gestão e governança corporativa favorecem práticas autoritárias que levam a tensões e conflitos interpessoais.

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