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Mulheres cristãs falam da experiência com a maternidade e do amor que compartilham com aqueles que geraram no coração e na fé

Por Carlos Fernandes, do Certeza da Vitória

Foto: Adobe Stock

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A data mais doce e amorosa do calendário se aproxima, e Certeza da Vitória procurou saber o que a maternidade significa para as mulheres cristãs. Criado no início do século 20, nos Estados Unidos, em homenagem à ativista social Anna Jarvis – que dedicou a vida a apoiar famílias em vulnerabilidade –, o Dia das Mães é celebrado no segundo domingo do mês de maio. Nessa ocasião, toda uma geração se reúne em torno daquela que recebeu do Senhor a missão de conceber a vida e cuidar da família. E não importa se os filhos são biológicos ou nascidos da afeição. Afinal, no coração de uma mãe, sempre cabe mais um. No segmento evangélico, as mães de oração, por exemplo, estão sempre dispostas a interceder por aqueles que o Altíssimo coloca em seu caminho. 

Elis (de verde) com a família: “Sempre há espaço para mais um” – Foto: Arquivo pessoal

“Meus filhos são incontáveis”, brinca a agente comunitária de saúde Elis Cristina Costa de Almeida, residente em Teresina (PI). Obreira e evangelista no templo sede da Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD), ela tem muitas ocupações na obra do Senhor, mas sempre encontra espaço afetivo para apoiar mais um “rebento”. “Os maiores dons que uma mulher pode ter é gerar, cuidar e amar”. Ela tem três filhos biológicos, Kássia, Murillo e Ian, três netos e os filhos do coração. “Amo todos com a mesma intensidade, e isso me deixa muito feliz. É um sentimento tão grande que nem consigo explicar, melhor mesmo é sentir”, confessa. A agente comunitária conta que o encontro que teve com Jesus, há 16 anos, mudou toda a sua vida, inclusive no aspecto familiar. “Eu estava quebrada, e Deus me refez. O Senhor restaurou meu lar, meu casamento e me fez Sua serva”. Por isso, Elis faz questão de oferecer aos outros um pouco de tudo o que tem recebido do Salvador, sobretudo o amor. “Cristo é o nosso maior exemplo. Ele nunca desistiu de alguém; pelo contrário, sempre cuidou de todos e lhes deu amor. 

Maria Sirlei, Railton e Rafaela: amor e dedicação ajudaram a superar as dificuldades – Foto: Arquivo pessoal

A empregada doméstica Maria Sirlei Rodrigues Oliveira também faz questão de exercer a maternidade em sua plenitude, apesar das dificuldades que enfrentou na vida. “Eu perdi a minha mãe muito cedo e tive filhos jovem demais. Então, precisei aprender tudo sozinha. A maternidade me fez passar por diversas experiências e me ensinou que conceber e criar um filho vai além do que podemos imaginar.” Mãe de Rafaela, de 34 anos, e de Railton, 29, Maria Sirlei frequenta a Igreja da Graça em Natal (RN) e usa sua experiência para abençoar outras pessoas, especialmente as que apresentam mais carências na área afetiva. “Trabalhei em casas de família e sempre tive crianças para cuidar”, lembra-se. A criação de vínculos emocionais com outros indivíduos, não necessariamente do núcleo familiar, é algo a que ela se dedica. “Isso faz com que eu receba um carinho especial, inclusive dos membros da Igreja.”

Para Elis, o amor materno tem de ser exercido com responsabilidade, o que é ainda mais necessário no caso das mulheres que precisam trabalhar para compor o orçamento doméstico. “As mães são responsáveis por criar os filhos enquanto trabalham, mas não podem abrir mão do papel de moldar a próxima geração e garantir que seus descendentes se tornem adultos ajuizados, bem-sucedidos e, principalmente, tementes a Deus.

Jéssika e a pequena Isadora: “A mulher cristã compreende a importância e a relevância do seu papel como mãe” – Foto: Arquivo pessoal

Maternar: um ato de amor

Especializada em Terapia Cognitiva Comportamental e Terapia de Aceitação e Compromisso, a psicóloga Jéssika Cardoso observa que, tradicionalmente, a maternidade sempre foi vista como um sonho, uma missão ou até mesmo uma meta de vida. Contudo, esse cenário tem mudado: “Hoje, ser mãe já não possui o mesmo significado”. Segundo ela, a mulher moderna passou a ter um novo olhar para a maternidade, não enxergando-a mais como algo tão importante. “É por isso que vemos gestações após os 35 anos de idade com mais frequência. Ter filhos se tornou uma ideia cada vez mais adiada”. A terapeuta atribui essa mudança de comportamento a diversos fatores: “Mesmo as mulheres que se tornam mães preferem continuar com seu trabalho e carreira. As razões são variadas. Uma delas é a questão financeira, mas vale ressaltar que a busca por identidade e estabilidade profissional também pesam nessa decisão.”

Em sua atividade profissional, Jéssika tem encontrado mulheres com dificuldades em relação à maternidade. “Algumas não aceitam os desafios e as renúncias que essa nova fase traz consigo”, aponta a especialista. “Esses obstáculos se originam por muitas razões, na maioria das vezes, relacionadas aos conflitos com o despreparo e falta de conhecimento sobre essa função. Busca-se uma autorrealização na maternidade, sem levar em conta que ser mãe também tem a ver com atender às demandas do filho.” Em contrapartida, Jéssika acredita que as evangélicas possuem uma maneira distinta de enxergar a maternidade: “A mulher cristã compreende a importância e a relevância do seu papel como mãe, que é, de fato, uma missão dada por Deus.” A terapeuta entende bem esse compromisso, que faz questão de exercer em relação à pequena Isadora, de quatro anos, fruto de seu casamento com o Pr. Elias Junior. Membro de uma IIGD em São Paulo, Jéssica se empenha em oferecer à filha um ambiente de fé no qual possa crescer com carinho e dignidade.

A Pra. Neloci diz que acolhe os filhos naturais e os afetivos: amor de sobra – Foto: Arquivo pessoal

Embora nem todos tenham a oportunidade de desfrutar de uma infância e juventude plenas, seja pela ausência da figura parental seja pelo contexto familiar disfuncional, a casa de Deus oferece a essas pessoas cuidado e acolhimento. É o que Jéssika define como maternar: “Muitas mulheres aprendem a amar seus “filhos de coração”, assumindo o papel de servir ao próximo sem esperar nada em troca, tornando-se elementos de suporte, orientação e alento”. Essa é uma das prioridades do ministério da Pra. Neloci Abade Bayer, de Porto Alegre (RS). Mãezona na plena acepção da palavra, ela tem quatro filhos biológicos — Liziane, Emerson, Franciane e Joziane – e cinco netos. Porém, já não consegue contabilizar aqueles a quem tem oferecido maternidade afetiva e espiritual. “No ministério, tenho tido a honra de ser mãe espiritual de muitos. Presenciei a gestação, o nascimento e o crescimento de muitas crianças que se tornaram homens e mulheres de Deus, muitos deles desempenhando o ministério pastoral. Eu me sinto realizada”, alegra-se.

Após pastorear diversas congregações da Igreja da Graça, atualmente Neloci é ministra auxiliar na sede estadual de Porto Alegre, onde atua como diretora estadual do Mulheres que Vencem (MQV). “Ser mãe é um desejo único de cada mulher, e comigo não foi diferente”, recorda-se. “A maternidade veio para somar na minha vida. Meus valores mudaram após o nascimento de cada filho, e o crescimento de cada um foi marcante em sua singularidade”. Hoje, toda a família de Neloci serve ao Senhor. Mas, é claro, que em seu coração ainda sobra amor para muita gente. Semelhante a conhecida passagem de Isaías 49.15 (Pode uma mulher esquecer-se tanto do filho que cria, que se não compadeça dele, do filho do seu ventre? Mas, ainda que esta se esquecesse, eu, todavia, me não esquecerei de ti), a pastora acolhe aquelas que não tiveram amparo durante ou depois da gestação ou que sofreram rejeição. “Muitas vezes, fui usada e inspirada por Deus em um abraço, um sorriso, um toque ou uma palavra ministrada. Isso permite que as pessoas enxerguem o amor incondicional do Pai celestial por cada uma delas.” 

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