No tom da adoração
06/08/2024Casamento com excelência
08/08/2024Campanha busca a conscientização sobre a importância da denúncia para evitar tragédias
Por Alessandra Nunes, do Ongrace
COMPARTILHE
Este é o segundo ano que a campanha Agosto Lilás, instituída pela Lei 14.448/2022, promove a conscientização sobre o combate à violência contra a mulher. A iniciativa foi criada em referência à sanção da Lei Maria da Penha (Lei Federal nº 11.340/2006), assinada no dia 7 de agosto de 2006.
Em 2023, um relatório da Rede de Observatórios de Segurança monitorou nove estados. Em oito deles − Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo − pelo menos oito mulheres foram vítimas de violência doméstica por dia. Ao todo, foram registrados 3.181 casos, representando um aumento de 22,04% em relação ao ano anterior.
De acordo com a presidente da ONG Atos e Atitudes, Cátia Dantas, esse número é subestimado em relação à realidade. Isso porque muitas mulheres não reconhecem a gravidade do que sofrem, enquanto outras têm medo de denunciar ou de não conseguir se sustentar sozinhas. “Uma grande dificuldade das mulheres em romper um relacionamento abusivo é o estado emocional que a violência lhes impõe, fragilizando-as e criando dependência em relação aos agressores, apesar do sofrimento. A vítima adoece, mas não sabe. Sua percepção da realidade se torna distorcida, e ela passa a se sentir impotente e sem forças para reagir”, revela.
O ciclo da violência doméstica possui três fases: evolução da tensão, incidente da agressão e lua de mel. “Na primeira, ocorrem agressões verbais, constrangimentos, humilhações e xingamentos. Na segunda, há a agressão física. Na terceira, o agressor se diz arrependido, pede perdão e, na maioria das vezes, a vítima perdoa. Ele fica ‘bonzinho’ por um tempo e, depois, o ciclo recomeça”, expõe Dantas.
A especialista explica ainda que existem cinco formas de violência praticadas contra a mulher: física, psicológica, sexual, moral e patrimonial. “A física é qualquer conduta que agrida a integridade do corpo da mulher; a psicológica inclui atitudes que provoquem danos emocionais, inclusive a baixa autoestima; a sexual ocorre sob ameaças e constrange a mulher a presenciar ou manter relações sem consentimento; a moral abrange a ofensa à dignidade da mulher por meio de calúnias, difamações ou injúrias, como acusá-la de traição, expor a sua vida íntima ou desvalorizá-la pelo modo de se vestir; a patrimonial se refere a qualquer comportamento que configure retenção e destruição de documentos e objetos pessoais, subtração de bens, controle do dinheiro, privação de bens, entre outras condutas”, enumera Cátia Dantas.
A Pra. Thais Benevente, líder do Mulheres que Vencem (MqV), cita a passagem bíblica de 2 Timóteo 3.1-5. Ela salienta que a intercessão é importante, mas a proteção também: “Mulheres que sofrem violência doméstica devem procurar a ajuda das autoridades competentes, como a polícia. Elas podem continuar em oração, mas não necessariamente convivendo com o agressor. Esse afastamento é necessário para preservarem a própria vida, que é tão importante quanto à do outro, que necessita conhecer Jesus, ser liberto e salvo”, destaca.
Para Cátia Dantas, o amparo de pessoas próximas é fundamental nessa luta. “A violência doméstica só é quebrada com a denúncia. A vítima precisará de informação, ajuda psicológica e alguém que possa caminhar com ela nessa jornada – uma amiga ou um familiar. Essa mulher terá altos e baixos: um dia estará muito decidida a romper e, em outros, inclinada a desistir de reagir. Se não houver apoio, ela não conseguirá ir adiante”, finaliza a presidente da ONG Atos e Atitudes.
A denúncia de violência contra a mulher pode ser realizada em delegacias e órgãos especializados, onde a vítima encontrará apoio e proteção. Outra alternativa é acionar o número 180. Além de operar 24 horas por dia e ser gratuito e sigiloso, esse canal oferece esclarecimentos sobre os tipos de violência sofridas pelas mulheres.
Fonte consultada: Agência Brasil
3 Comments
Deus é fiel 👑
Vamos conversar e debater sobre tudo isso
Vamos conversar tudo que pudermos fazer a união é de todas nós Vamos