
A importância da saúde intestinal
26/06/2025Por Carlos Fernandes, do Ongrace

COMPARTILHE
Celebrado como detentor da maior reserva de água doce do mundo, o Brasil tem visto seus recursos hídricos reduzirem ano após ano. Desde que Pero Vaz da Caminha, integrante da frota de Cabral, escreveu que, aqui, as águas são muitas; infindas, o panorama mudou drasticamente. Em quatro décadas, as mudanças climáticas e a degradação de biomas brasileiros já fizeram desaparecer quase 2 milhões de hectares de áreas cobertas por água.
Além da dimensão do ressecamento — equivalente à metade do território do estado do Rio de Janeiro —, o que mais preocupa é a contaminação de rios, lagos e fontes. O assunto foi tema de uma audiência pública realizada na Comissão do Meio Ambiente da Câmara dos Deputados, em abril. O Brasil não tem mais problemas apenas com a qualidade das águas, mas também com a quantidade, alertou o especialista Juliano Schirmbeck, coordenador-técnico do Map Biomas Água. Precisamos nos preocupar, cada vez mais, com a quantidade e a qualidade da água no nosso país”, destacou ele.
Segundo Schirmbeck, só na Mata Atlântica, um dos biomas mais devastados do país e que se estende por 17 estados, apenas 7% dos rios monitorados têm água de boa qualidade. No Pantanal, conhecido por sua fartura hídrica, os recentes incêndios e a ocupação de terras para pastagens reduziram a superfície alagada a níveis próximos dos mínimos históricos. O país precisa romper aquele mito da abundância de água, esclarece o especialista.
Na audiência, os participantes da mesa defenderam a criação de uma política nacional para os rios brasileiros e a instalação de uma comissão especial para analisar proposta de emenda à Constituição que inclui a água entre os direitos e garantias fundamentais. De acordo com o representante da organização International Rivers, Flávio Montiel, 35 milhões de pessoas no Brasil não têm acesso regular e seguro à água.