Mulheres de oração
28/07/2025
Mulheres de oração
28/07/2025

Por Carlos Fernandes, do Ongrace

Estudo mapeia benefícios imediatos na saúde física e cognitiva de quem para de beber – imagem: Pixel-Shot / Adobe Stock

COMPARTILHE

Grande parte das pessoas tem consciência acerca dos males que o consumo constante do álcool acarreta ao organismo: desde a simples sonolência e a popular ressaca (uma espécie de torpor físico e cognitivo que se estabelece após algumas horas da ingestão) a danos graves, muitas vezes, irreversíveis, como a cirrose hepática, a demência e o câncer. No entanto, os benefícios proporcionados àqueles que deixam de beber nem sempre recebem a mesma visibilidade. Eles são muitos e constituem um estímulo a quem enfrenta problemas com a bebida, por isso sua divulgação deveria ser maior.

É o que revela o trabalho da professora adjunta Nicole Lee, do Instituto Nacional de Pesquisa de Drogas, da Universidade Curtin, em Perth, e da pesquisadora Katinka van de Ven, especialista em álcool e outras drogas da Universidade de Sidney, ambas na Austrália. No levantamento, publicado pela revista The Conversation, as pesquisadoras traçam um cronograma das vantagens da abstemia, apontando que resultados rápidos e surpreendentes se sucedem à decisão de abandonar o hábito de beber.

Segundo o estudo, em apenas 24 horas, o álcool sai completamente do corpo — o que significa que os benefícios já são sentidos no dia seguinte ao último gole. As melhorias incluem a digestão, as funções cerebrais e os níveis de energia. Além disso, o sono do abstêmio tende a melhorar a partir de uma semana longe da bebida, e diminuem as alterações de humor e a sudorese. Até mesmo o fígado, um dos órgãos mais afetados pela ingestão frequente da substância, é rapidamente beneficiado pelo abandono da bebida alcoólica após sete dias, pois há uma redução da gordura hepática (esteatose) e a regeneração de danos aos tecidos da glândula.

O cérebro também é diretamente beneficiado: parar de beber melhora sensivelmente funções básicas, como a vigilância, atenção e capacidade de concentração, mesmo no caso de pessoas já consideradas dependentes, no intervalo de um mês. Sem falar no bem-estar provocado pela sensação de ser capaz de deixar o vício para trás.

O empresário Marcelo Eduardo Sousa de Deus, que abandonou a bebida após quatro anos de dependência, afirma: “Foi preciso o Senhor estar presente, para eu ser liberto” – Imagem: Arquivo pessoal

Outra diferença notável é no aspecto externo: após três meses de abstinência, o indivíduo começa a recuperar o viço da pele, já que, sem o álcool, não há mais a desidratação de suas camadas internas. Já no aparelho digestivo, o progresso é percebido a partir de seis meses longe do copo: somem o inchaço, a azia, a indigestão e as inflamações, que, em casos mais graves, predispõem a vários tipos de câncer.

O empresário Marcelo Eduardo Sousa de Deus, 52 anos, fez esse percurso virtuoso e garante que vale muito a pena. Morador do Rio de Janeiro (RJ), ele contou sua trajetória à reportagem do Ongrace. “Comecei a beber eventualmente”, lembra-se, acrescentando que o consumo virou habitual e se tornou um vício. “Percebi que estava dependente porque bebia de segunda a segunda. Eu misturava tudo. Foram diversos episódios de bebedeiras e situações vexatórias”, lamenta o empresário, explicando que esse comportamento afetava sua vida familiar.

Certa vez, ao ser convidado para ir a um culto, Marcelo entendeu que Jesus era o único Caminho que poderia levá-lo à salvação e à libertação do álcool. O processo não foi imediato: mesmo frequentando as reuniões, continuava bebendo, embora mais moderadamente. Contudo, ele já vinha exercitando a fé e crendo que havia uma maneira muito melhor de se viver. Com quatro meses buscando a Deus, o empresário passou por uma situação que mudou tudo. “Um amigo me chamou para um churrasco. Quando tomei o primeiro gole de cerveja, percebi que ‘desceu’ muito mal. Aquela foi a última vez que pus álcool na boca”, celebra.

Dali em diante, os efeitos foram perceptíveis. “Em um primeiro momento, foi o benefício mental. Comecei a ter consciência de que aquilo não era normal”, reconhece Marcelo, destacando que passou a sentir melhoras na condição física e na qualidade de vida, além da volta da harmonia familiar e dos ganhos financeiros. “Antes, o dinheiro ia todo em bebida. Depois, passei a ter renda. Graças a Deus, nunca mais bebi. Foi preciso o Senhor estar presente, para eu ser liberto”, testemunha.

Chave Pix Copiada!

A chave Pix foi copiada para a área de transferência.