Uma geração imprevidente
07/07/2025
Uma geração imprevidente
07/07/2025

Por Carlos Fernandes, do Ongrace

Profissional de saúde faz teste de diabetes: novos protocolos estendem diagnósticos para rastreio da doença – Imagem: pittawut / Adobe Stock

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Com cerca de 20 milhões de pessoas com diabetes tipo 2 (10% da população), o Brasil atualizou recentemente suas diretrizes de rastreio da doença – condição crônica na qual o corpo não usa a insulina adequadamente, resultando em níveis elevados de açúcar no sangue. Desse modo, a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) colocou em vigor novas medidas, como a redução da idade para início da triagem em adultos assintomáticos e a inclusão de alerta para investigação de casos entre crianças e adolescentes. Os critérios para diagnóstico também foram alterados, tornando mais baixos os índices aceitáveis de açúcar no sangue.

As novas orientações mantêm os exames de glicemia de jejum e hemoglobina glicada como padrão inicial de rastreamento da enfermidade. A recomendação é que ambos os exames sejam realizados em conjunto para confirmação diagnóstica. A novidade é que, se a hemoglobina glicada estiver igual ou acima de 6,5%, e a glicemia de jejum a 126 mg/dl, a pessoa já é considerada diabética, sem necessidade de exames adicionais, e os protocolos de tratamento devem ser iniciados.

Outro protocolo exigido pela SBD é a redução da idade considerada adequada para a indicação do rastreio da doença. Pessoas com menos de 35 anos, mas que apresentem quadro de sobrepeso ou obesidade e algum fator de risco adicional — como histórico familiar de diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, hipertensão ou sedentarismo —, devem ser submetidas a exames específicos. “Cada vez mais vemos jovens com alterações na glicemia associadas a fatores, como obesidade e sedentarismo”, aponta o endocrinologista Paulo Rosenbaum, do Hospital Israelita Albert Einstein. Segundo o especialista, a diabetes é uma doença silenciosa, e, quando a glicemia começa a subir, o risco de complicações cardiovasculares já está presente. “Por isso, diagnosticar cedo é essencial para prevenir problemas futuros”, afirma.

O aposentado Laerte Martins, morador do Rio de Janeiro (RJ), descobriu ter diabetes há 15 anos, ao realizar exames de rotina por orientação médica. “Constatou-se que a glicose estava acima do limite”, lembra-se ele, acrescentando que, a partir dali, passou a fazer acompanhamento com nutricionista. Ele segue uma dieta rigorosa e mantém a medicação em dia, mas reconhece que não é uma rotina fácil. “Muitas vezes, é exaustivo”, admite. Porém, afirma que seguir as orientações à risca tem dado bons resultados.

Aos 81 anos de idade, casado, pai de uma filha e avô de dois netos, o aposentado diz ter ótimos motivos para cuidar bem da saúde. Evangélico, Laerte faz questão de comparecer aos cultos e às atividades comunitárias da igreja, além de atuar como voluntário no trabalho de assistência a pessoas em situação de rua. “Como cristãos, sabemos que nada é impossível para Deus. Mas, no caso da diabetes, minhas orações são para que o Senhor me ajude a seguir as dietas e os tratamentos de forma tranquila. Sei que Ele tem me sustentado ao longo desse processo”, celebra.

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