
Perdão, o caminho para a cura
05/09/2025Por Carlos Fernandes, do Ongrace

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Um estudo inovador, conduzido por cientistas europeus, reuniu novos indícios sobre a eficiência do sistema imunológico humano – e ela vai bem além do que se conhecia até agora. Pesquisadores da Universidade de Lausanne, na Suíça, descobriram que o simples fato de olhar para uma pessoa aparentemente doente já prepara o organismo para uma resposta por anticorpos, ainda que nenhuma infecção ocorra. Diante de uma situação de suposto risco sanitário, o cérebro envia comandos para ativar células imunológicas, como os leucócitos.
A pesquisa, divulgada na publicação científica Nature Neuroscience,contou com a colaboração de especialistas de outros institutos e envolveu em torno de 250 voluntários, os quais foram divididos em dois grupos. Um deles recebeu óculos de realidade virtual que exibiam imagens de rostos humanos – alguns com expressão saudável, e outros com aspecto doente, como erupções na pele.
Ao mesmo tempo, os participantes eram monitorados por equipamento de eletroencefalograma, para medir a atividade cerebral. O experimento constatou que a exposição à imagem de uma pessoa aparentemente doente ativava áreas encefálicas responsáveis por reconhecer e responder a ameaças. Paralelamente, essas estruturas faziam conexões mais ativas com o hipotálamo, situado na base do cérebro, que promove a regulação do organismo.
Já o outro grupo de voluntários não viu as imagens, mas recebeu imunizantes contra gripe. Exames de sangue realizados nos dois grupos revelaram que, tanto nos participantes que reagiram às cenas como nos que somente foram vacinados, a resposta imune foi semelhante: houve um aumento na frequência de células linfoides inatas, que integram a primeira “linha de defesa”do organismo. Agora, os pesquisadores buscam entender o quão rapidamente o corpo humano percebe o risco de uma contaminação por agentes patogênicos e consegue reagir para neutralizá-los.