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Vício em apostas on-line tem destruído famílias e levado diversas pessoas à ruína

Por Viviane Castanheira, do Ongrace

Imagem: Freepik_Gerado por IA

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O vício em jogos e apostas, também conhecido como ludopatia ou transtorno do jogo compulsivo, tem um impacto devastador sobre indivíduos e suas famílias. Esse problema, que envolve a incapacidade de controlar o desejo de jogar, seja em cassinos, seja em jogos on-line, loterias, ou apostas esportivas, leva a sérias consequências emocionais, financeiras e sociais. Se antes os apostadores precisavam ir até casas clandestinas para tentar a sorte, hoje as opções estão na palma da mão, ao alcance de um clique.

Desde a pandemia, as chamadas bets (apostas esportivas on-line) e os jogos de azar, como o ‘Tigrinho’, estão mais presentes no cotidiano dos brasileiros. Influenciadores digitais, times de futebol, personalidades esportivas tornam esses jogos mais populares ao promovê-los.

Psicóloga Maria Rosangela dos Anjos Moraes: É necessário procurar ajuda profissional Imagem: Arquivo pessoal

De acordo com a psicóloga Maria Rosangela dos Anjos Moraes, o nosso cérebro reage da mesma forma em relação às sensações de prazer e dúvida, só difere quanto à intensidade. “Isso se deve à liberação de um neurotransmissor chamado dopamina. Então, a pessoa viciada em jogo age da mesma forma que outra viciada em qualquer coisa, seja em álcool, seja em drogas, remédios etc. A dopamina liberada dará uma sensação de prazer na vitória; sendo que, diante da dúvida, essa liberação ocorre em uma maior escala. Dessa forma, o cérebro pode se acostumar e querer essa sensação cada vez mais, aumentando a procura por esses estímulos, o que causa a dependência”, explica a psicóloga, que congrega na sede da Igreja Internacional da Graça de Deus em Natal (RN).

Para ela, a pessoa precisa de suporte para se livrar desse transtorno. “É necessário procurar ajuda profissional multidisciplinar, psicoterápica, médica, farmacológica, e, em alguns casos, clínicas especiais, já que o uso está relacionado a uma reação orgânica”, aconselha.

“Em longa escala, naquela busca constante de ganhar alguma coisa, vai fazer com que o corpo e o cérebro se acostumem com essa sensação de prazer, causada pela dopamina. A pessoa fica o dia inteiro tentando obter essa sensação, o que a faz perder a noção do tempo.”

O Congresso Nacional aprovou, em dezembro de 2023, o projeto de lei que regulamenta essa modalidade de aposta. A nova lei estabelece uma série de regras para a operação dessas plataformas no país. Na ocasião, o deputado federal Marcos Soares se opôs ao projeto. “Como cristão e defensor dos valores tradicionais, votei contra essa medida. Acredito que os jogos de azar, em todas as suas formas, alimentam vícios que destroem lares, criam divisões nas relações e afastam as pessoas dos princípios que verdadeiramente trazem paz e prosperidade.”

Deputado federal Marcos Soares: “Acredito que os jogos de azar, em todas as suas formas, alimentam vícios que destroem lares e criam divisões” Imagem: Divulgação

De fato, muitas famílias têm sido destruídas devido a essa compulsão. O motorista de aplicativo Paulo Roberto da Silva Araújo, de 36 anos, que o diga. Paulo não conseguia mais ver solução para o seu caso, e somente obteve forças para se reerguer por causa das orações da sua esposa, Alessandra Rodrigues. “Foi muito triste! Perdi dinheiro, carro, sujei meu nome, fiquei devendo meus cartões de crédito, peguei empréstimo no banco, dinheiro com agiota, tudo isso por causa dos jogos, das bebidas e das drogas”, conta o motorista, que apostava em várias plataformas. “Cheguei ao fundo do poço. Essas bets estão acabando com a vida de muitas pessoas que conheço.”

Após perder o seu patrimônio, Paulo perdeu também a confiança de sua família. “Um dia, o patrão do meu sogro mandou um dinheiro pela conta da minha mulher, e eu estava em uma dependência tão grande que consegui entrar na conta dela e pegar o dinheiro. Gastei tudo no jogo. Quando soube, minha esposa começou a chorar e clamar a Deus. Ao ver aquela situação, eu me arrependi e chorei, pedindo ao Senhor que me libertasse. Nesse momento, Deus fez a obra na minha vida”, conta o motorista, que se arrependeu do mal causado à sua família e a si mesmo. “A Bíblia nos ensina que uma mulher sábia edifica sua casa, e eu tenho o privilégio de ter essa mulher no meu lar. Ela sempre orou para que eu abrisse o coração para Deus fazer a obra na minha vida”, emociona-se Paulo. “Hoje, sou batizado e conto meu testemunho às pessoas que entram no meu carro. Deus me deu um automóvel para eu trabalhar e pregar o Evangelho”, finaliza o motorista de aplicativo, que, há um ano, congrega com a família na IIGD Boituva, no interior de São Paulo.

Paulo Roberto da Silva Araújo ao lado da esposa, Alessandra, e da filha, Gabriela: “Deus fez a obra na minha vida” Imagem: Arquivo pessoal

Segundo o Ministro Daniel Bahiano, líder regional da IIGD em Sorocaba (SP), é importante considerar a complexidade dessa questão. “Diariamente, muitos perdem bens, família, liberdade e até a vida por causa dos vícios. Apesar de saberem dos malefícios causados por esse transtorno, não encontram forças para se libertar. A solução para vencer esse terrível inimigo é buscar a Deus, pois somente o Senhor pode nos livrar de algo que é mais forte do que nós”, analisa o pastor. Bahiano aconselha ainda que devemos resistir à tentação de fazer a primeira aposta. “É necessário reavaliar as amizades e romper com aquelas que incentivam essa prática nociva (1 Coríntios 15.33). Por fim, temos de mudar de vida, abandonando a velha natureza, como descrito em Efésios 4.22-24.”

O pastor esclarece ainda que, apesar de não fazer referência direta sobre apostas e jogos de azar, a Bíblia traz várias citações que desestimulam o ato de apostar. “Tal fato ocorre devido à intenção por trás dessa ação e, principalmente, às suas consequências. Salienta-se que, a intenção é o apego exagerado ao dinheiro, e a consequência é o mal que tal avareza pode provocar. Nesse contexto, a Palavra de Deus adverte em 1 Timóteo 6.9,10: Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores”, ressalta o pastor.

Ministro Daniel Bahiano, líder regional da IIGD em Sorocaba (SP): “Inicialmente, a maioria dos apostadores não admite o vício, acha que tem o controle da situação” Imagem: Arquivo pessoal

Daniel Bahiano já cuidou de ovelhas com problemas e, por isso, alerta: “Inicialmente, a maioria dos apostadores não admite o vício, acha que tem o controle da situação. Mas, quando começa a perder tudo, muda de opinião. No geral, com ajuda espiritual e familiar, essas pessoas se libertam da aposta, passando a entender a passagem de Eclesiastes 5.10 – O que amar o dinheiro nunca se fartará de dinheiro; e quem amar a abundância nunca se fartará da renda; também isso é vaidade”.

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