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Em 40 anos, os evangélicos deixaram de ser um mero traço estatístico no panorama demográfico brasileiro e, agora, caminham para se tornar a comunidade religiosa majoritária no país. É o que indica o mais recente estudo do Data-Makers, do grupo HSR Specialist Researchers, especializado em pesquisas de mercado para negócios. De acordo com as projeções feitas com base nos dados do último Censo e em outros indicadores, a expectativa é de que os evangélicos já serão 35% dos brasileiros em 2026. O cálculo foi realizado a partir dos dados da Receita Federal e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O crescimento do segmento evangélico no Brasil, sobretudo entre as denominações de matriz pentecostal e neopentecostal, é um fenômeno sem paralelo no mundo contemporâneo. Enquanto, na Europa — berço da Reforma Protestante e das igrejas de presença global —, o cristianismo luta contra a debandada de fiéis movida pelo secularismo e pelo relativismo e, nos Estados Unidos, apresenta crescimento mais modesto, no Brasil, o avanço da fé evangélica é evidente. No intervalo de apenas uma década – de 2010 a 2020 –, o número de crentes evangélicos cresceu 62%, acrescentando às suas fileiras 16 milhões de pessoas.
Além da influência social e política exercida por esse estrato da sociedade, chama a atenção também seu poderio econômico. A pesquisa O Brasil evangélico, divulgada no fim do ano passado pela Data-Makers, revelou algumas características desse grupo no que se refere ao consumo: nada menos que 47% do que se declaram evangélicos pretendem consumir mais nos próximos 12 meses, contra 32% entre os que não têm esse pertencimento. Para o diretor-executivo do instituto, Fabricio Fudissaku, esse movimento revela uma tendência comportamental. “As igrejas evangélicas não coíbem o consumo. Em muitos casos, o ato de consumir está relacionado à demonstração de virtude, sucesso e valor. Essa questão está intrínseca à sua crença”, avalia.