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Famílias unidas no Senhor (parte III)

Prática da oração e do culto doméstico traz estabilidade, entendimento e fé aos lares

Por Carlos Fernandes, do Ongrace

O gestor Anderson de Souza, com a esposa e os filhos: “Situações difíceis são superadas pela família que confia no Senhor” Imagem: Arquivo pessoal

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Desde outubro, quando foi comemorado o Dia Nacional de Valorização da Família, Certeza da Vitória vem publicando uma série de matérias sobre o tema. A primeira mostrou como a Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD) tem como uma de suas prioridades a valorização e o fortalecimento dessa instituição divina que existe desde o início dos tempos e sobre a qual a mensagem do Evangelho encontra um de seus pilares. Em novembro, mostramos o que a IIGD tem feito pela infância, uma vez que, em todos os seus templos, funcionam escolinhas que dão suporte educacional e espiritual aos pequenos, por meio do ministério Crianças que Vencem (CQV), o qual desenvolve um magnífico trabalho de integração e evangelização da garotada. Na última reportagem da série, o assunto foi a oração, que, praticada em família, adquire ainda mais força e tem o poder de manter juntos e em harmonia aqueles que, um dia, Deus uniu.

A primeira congregação do cristão é o seu próprio lar; afinal, é nele que passa a maior parte do tempo e desenvolve seus relacionamentos mais importantes — o conjugal e o familiar (entre pais e filhos, irmãos e parentes). “A prática do devocional em família é de grande importância, porque podemos cobrir a vida dos nossos entes queridos com oração”, acredita a auxiliar de contabilidade Damiana Ângelo da Silva dos Santos, líder do ministério Mulheres que Vencem (MQV), na sede da Igreja da Graça em São Paulo. “Estar sempre juntos, orando, fortalece a união dos integrantes da família, além de ser um momento de comunhão com Deus”. No entendimento de Damiana, no lar, aprende-se mais sobre os fundamentos da fé cristã, como o amor ao próximo, perdão, a compreensão e misericórdia, e isso favorece a sanidade nos relacionamentos.

Damiana (ao centro), com companheiras do ministério MQV: “É no lar que se aprendem os fundamentos da vida com Deus” Imagem Arquivo pessoal

Damiana e seu marido, Norberto, também membro e obreiro na Igreja da Graça, afirma que, em seu lar, a prática do devocional em família nunca é negligenciada. “Temos visto diversas transformações em nossa vida e na de nossos parentes”, comenta.

“A oração é primordial”, assevera a professora Cristiane Dias Almeida. Ela e o marido, o ministro Cristiano, e os filhos, Christian Lucas e Anna Clara, estão totalmente integrados e são bem ativos na Igreja da Graça em Duque de Caxias (RJ), mas não abrem mão da oração em casa. “O devocional em família é muito importante, pois, além de ser um momento de união, é quando fortalecemos nossa fé e aprendemos juntos”. Desde que se converteram a Cristo, a oração faz parte do dia a dia deles, e Cristiane atribui a essa disciplina espiritual o sucesso de sua vida familiar. Por exemplo, foi devido à oração que os filhos do casal começaram a trilhar os caminhos do Senhor. “Vemos o quanto eles amadurecem espiritualmente todos os dias. Creio que é porque foram ensinados desse modo desde pequenos”, observa.

Cristiane e Cristiano atribuem às práticas espirituais em casa o fato de os dois filhos, Christian e Anna, hoje servirem ao Senhor

Muros espirituais”

De fato, muitos lares brasileiros carecem de fé e oração. Dados do último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado em 2022, mostra um aumento de quase 9% no número de divórcios em relação ao ano anterior, levando-se em conta apenas as separações apresentadas em ações à Justiça, o que não expressa o montante real de famílias desfeitas. Ao mesmo tempo, cresceu de maneira exponencial a quantidade de pessoas que moram sozinhas ou em arranjos familiares diferentes do convencional, formado por um casal e seus filhos. Isso não é tudo: a duração média dos casamentos também vem diminuindo, passando de 16 anos, em 2010 (data do Censo anterior), para 13,8 atualmente. Para além dos motivos socioeconômicos e demográficos, observa-se uma instabilidade maior na convivência familiar.

Por outro lado, o ambiente cristão exerce um papel de apoio importante, na opinião da Pra. Mônica Almeida, da Igreja da Graça em Cândida de Moraes, na cidade de Goiânia (GO): “A Igreja é um excelente suporte familiar, pois atua de modo eficaz, orientando mulheres, homens e jovens em reuniões específicas para cada grupo. Além de palestras voltadas aos casais, corroborando a importância de um matrimônio bem-sucedido, temos como consequência a boa educação e a prática dos princípios bíblicos dentro do lar”.

Mônica destaca o papel da Igreja como suporte para a família Imagem: Arquivo pessoal

Casada com o Pr. Gleyson, Mônica atende muitas famílias em sua congregação. Nessas ocasiões, defende o compromisso com o Senhor acima de tudo. “As práticas espirituais em família são uma oportunidade para exercer o diálogo e abordar questões importantes como fé, relacionamentos, perdão, amor e obediência. Com isso, podemos ajudar uns aos outros e alcançar mais estabilidade emocional”. Para ela, todo tempo investido nesse propósito leva à edificação mútua e a lares mais sólidos: “A família que clama unida garante proteção para si. Quando não oramos, abrimos espaço para o inimigo entrar e ter domínio sobre nós; porém, orando, levantamos muros espirituais em torno da nossa casa.”

Na fé de Josué

Na Bíblia, há variados exemplos de pessoas que, de maneira resoluta, declararam que Deus era o Senhor de seu lar. Um dos mais conhecidos é o de Josué, líder israelita que sucedeu Moisés na conquista da Terra Prometida. Em um momento de desafios lançados ao povo de Israel, que hesitava entre declarar fidelidade a Deus ou fazer concessões à idolatria dos povos vizinhos, ele não se omitiu: “Josué assumiu a liderança espiritual da sua família”, lembra o Pr. Fábio Lúcio da Silva, de Jaú (SP). O texto em Josué 24.15 mostra o comandante declarando que ele e sua casa serviriam ao Deus de Israel. “Hoje, vivemos o mesmo desafio da época de Josué e temos a mesma necessidade de que alguém da família se levante e entronize Deus no seu lar”, declara Fábio.

No entendimento do Pr. Fábio, de Jaú (SP), a leitura da Palavra, a oração e o estudo bíblico unem os membros da família Imagem: Arquivo pessoal

Na igreja que ele dirige, assim como nos outros templos da Igreja da Graça, há um dia da semana dedicado aos cultos voltados para a família. “Ali, tratamos de assuntos importantes do dia a dia, como casamento, criação dos filhos e educação com base nos princípios bíblicos”. É no gabinete pastoral que o ministro conhece de perto a realidade de muitas famílias da sua congregação. “O ser humano nunca esteve tão ocupado como em nossos dias”, comenta Fábio. “Ao mesmo tempo em que vivemos uma procrastinação em massa e sob as distrações tecnológicas, a mesa não é mais um lugar de diálogo entre familiares, e sim de mero ajuntamento para muitos”. Em sua casa, Fábio e os seus adotam o chamado relógio de oração, um modo de solidificar o hábito da súplica na rotina familiar. “Creio que a leitura da Palavra, a oração e o estudo bíblico podem, sim, unir os membros da família em torno dos verdadeiros valores que trazem solidez, força e união ao lar.”

Pastor voluntário na Igreja Internacional da Graça na cidade paulista de Jarinu, na região de Jundiaí (SP), o gestor de equipe e logística Anderson de Souza é casado com a corretora Camile e tem quatro filhos, Sabrine, Sara, Rebeca e Andrew – uma família numerosa que fortalece seus alicerces espirituais do lar. “Hoje, somos seis aqui, em casa, mas, desde nosso casamento, sempre buscamos o Senhor”, conta. Ele acredita que, além do bom testemunho de fé perante os filhos, ter uma vida espiritual legitimada em casa conduz a uma fé sólida e ativa. “O culto doméstico é uma grande oportunidade para ministrarmos a Palavra e orarmos, abrindo-nos para a ação de Deus”. Anderson tem experimentado como a prática da oração contribui para o bom relacionamento familiar e ajuda na tomada de decisões. “Situações difíceis são superadas pela família que confia no Senhor.”

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