A explosão das Bíblias
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30/12/2024Prática da oração e do culto doméstico traz estabilidade, entendimento e fé aos lares
Por Carlos Fernandes, do Ongrace
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Desde outubro, quando foi comemorado o Dia Nacional de Valorização da Família, Certeza da Vitória vem publicando uma série de matérias sobre o tema. A primeira mostrou como a Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD) tem como uma de suas prioridades a valorização e o fortalecimento dessa instituição divina que existe desde o início dos tempos e sobre a qual a mensagem do Evangelho encontra um de seus pilares. Em novembro, mostramos o que a IIGD tem feito pela infância, uma vez que, em todos os seus templos, funcionam escolinhas que dão suporte educacional e espiritual aos pequenos, por meio do ministério Crianças que Vencem (CQV), o qual desenvolve um magnífico trabalho de integração e evangelização da garotada. Na última reportagem da série, o assunto foi a oração, que, praticada em família, adquire ainda mais força e tem o poder de manter juntos e em harmonia aqueles que, um dia, Deus uniu.
A primeira congregação do cristão é o seu próprio lar; afinal, é nele que passa a maior parte do tempo e desenvolve seus relacionamentos mais importantes — o conjugal e o familiar (entre pais e filhos, irmãos e parentes). “A prática do devocional em família é de grande importância, porque podemos cobrir a vida dos nossos entes queridos com oração”, acredita a auxiliar de contabilidade Damiana Ângelo da Silva dos Santos, líder do ministério Mulheres que Vencem (MQV), na sede da Igreja da Graça em São Paulo. “Estar sempre juntos, orando, fortalece a união dos integrantes da família, além de ser um momento de comunhão com Deus”. No entendimento de Damiana, no lar, aprende-se mais sobre os fundamentos da fé cristã, como o amor ao próximo, perdão, a compreensão e misericórdia, e isso favorece a sanidade nos relacionamentos.
Damiana e seu marido, Norberto, também membro e obreiro na Igreja da Graça, afirma que, em seu lar, a prática do devocional em família nunca é negligenciada. “Temos visto diversas transformações em nossa vida e na de nossos parentes”, comenta.
“A oração é primordial”, assevera a professora Cristiane Dias Almeida. Ela e o marido, o ministro Cristiano, e os filhos, Christian Lucas e Anna Clara, estão totalmente integrados e são bem ativos na Igreja da Graça em Duque de Caxias (RJ), mas não abrem mão da oração em casa. “O devocional em família é muito importante, pois, além de ser um momento de união, é quando fortalecemos nossa fé e aprendemos juntos”. Desde que se converteram a Cristo, a oração faz parte do dia a dia deles, e Cristiane atribui a essa disciplina espiritual o sucesso de sua vida familiar. Por exemplo, foi devido à oração que os filhos do casal começaram a trilhar os caminhos do Senhor. “Vemos o quanto eles amadurecem espiritualmente todos os dias. Creio que é porque foram ensinados desse modo desde pequenos”, observa.
“Muros espirituais”
De fato, muitos lares brasileiros carecem de fé e oração. Dados do último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado em 2022, mostra um aumento de quase 9% no número de divórcios em relação ao ano anterior, levando-se em conta apenas as separações apresentadas em ações à Justiça, o que não expressa o montante real de famílias desfeitas. Ao mesmo tempo, cresceu de maneira exponencial a quantidade de pessoas que moram sozinhas ou em arranjos familiares diferentes do convencional, formado por um casal e seus filhos. Isso não é tudo: a duração média dos casamentos também vem diminuindo, passando de 16 anos, em 2010 (data do Censo anterior), para 13,8 atualmente. Para além dos motivos socioeconômicos e demográficos, observa-se uma instabilidade maior na convivência familiar.
Por outro lado, o ambiente cristão exerce um papel de apoio importante, na opinião da Pra. Mônica Almeida, da Igreja da Graça em Cândida de Moraes, na cidade de Goiânia (GO): “A Igreja é um excelente suporte familiar, pois atua de modo eficaz, orientando mulheres, homens e jovens em reuniões específicas para cada grupo. Além de palestras voltadas aos casais, corroborando a importância de um matrimônio bem-sucedido, temos como consequência a boa educação e a prática dos princípios bíblicos dentro do lar”.
Casada com o Pr. Gleyson, Mônica atende muitas famílias em sua congregação. Nessas ocasiões, defende o compromisso com o Senhor acima de tudo. “As práticas espirituais em família são uma oportunidade para exercer o diálogo e abordar questões importantes como fé, relacionamentos, perdão, amor e obediência. Com isso, podemos ajudar uns aos outros e alcançar mais estabilidade emocional”. Para ela, todo tempo investido nesse propósito leva à edificação mútua e a lares mais sólidos: “A família que clama unida garante proteção para si. Quando não oramos, abrimos espaço para o inimigo entrar e ter domínio sobre nós; porém, orando, levantamos muros espirituais em torno da nossa casa.”
Na fé de Josué
Na Bíblia, há variados exemplos de pessoas que, de maneira resoluta, declararam que Deus era o Senhor de seu lar. Um dos mais conhecidos é o de Josué, líder israelita que sucedeu Moisés na conquista da Terra Prometida. Em um momento de desafios lançados ao povo de Israel, que hesitava entre declarar fidelidade a Deus ou fazer concessões à idolatria dos povos vizinhos, ele não se omitiu: “Josué assumiu a liderança espiritual da sua família”, lembra o Pr. Fábio Lúcio da Silva, de Jaú (SP). O texto em Josué 24.15 mostra o comandante declarando que ele e sua casa serviriam ao Deus de Israel. “Hoje, vivemos o mesmo desafio da época de Josué e temos a mesma necessidade de que alguém da família se levante e entronize Deus no seu lar”, declara Fábio.
Na igreja que ele dirige, assim como nos outros templos da Igreja da Graça, há um dia da semana dedicado aos cultos voltados para a família. “Ali, tratamos de assuntos importantes do dia a dia, como casamento, criação dos filhos e educação com base nos princípios bíblicos”. É no gabinete pastoral que o ministro conhece de perto a realidade de muitas famílias da sua congregação. “O ser humano nunca esteve tão ocupado como em nossos dias”, comenta Fábio. “Ao mesmo tempo em que vivemos uma procrastinação em massa e sob as distrações tecnológicas, a mesa não é mais um lugar de diálogo entre familiares, e sim de mero ajuntamento para muitos”. Em sua casa, Fábio e os seus adotam o chamado relógio de oração, um modo de solidificar o hábito da súplica na rotina familiar. “Creio que a leitura da Palavra, a oração e o estudo bíblico podem, sim, unir os membros da família em torno dos verdadeiros valores que trazem solidez, força e união ao lar.”
Pastor voluntário na Igreja Internacional da Graça na cidade paulista de Jarinu, na região de Jundiaí (SP), o gestor de equipe e logística Anderson de Souza é casado com a corretora Camile e tem quatro filhos, Sabrine, Sara, Rebeca e Andrew – uma família numerosa que fortalece seus alicerces espirituais do lar. “Hoje, somos seis aqui, em casa, mas, desde nosso casamento, sempre buscamos o Senhor”, conta. Ele acredita que, além do bom testemunho de fé perante os filhos, ter uma vida espiritual legitimada em casa conduz a uma fé sólida e ativa. “O culto doméstico é uma grande oportunidade para ministrarmos a Palavra e orarmos, abrindo-nos para a ação de Deus”. Anderson tem experimentado como a prática da oração contribui para o bom relacionamento familiar e ajuda na tomada de decisões. “Situações difíceis são superadas pela família que confia no Senhor.”