Prevenir para não remediar
29/01/2025
Fumaça que mata
30/01/2025
Fundamento da fé cristã, a oração envolve muitas expressões e finalidades
Viviane Castanheira, do Ongrace
COMPARTILHE
Poucas ações sintetizam a vida cristã como a conexão com o Altíssimo por meio de palavras e pensamentos. A oração é a maneira como o crente expressa sua fé de modo profundo nAquele que é a razão da existência humana. Por meio de variadas formas, o cristão fala com Deus diretamente, sem a necessidade de ritos ou intermediários. Os patriarcas Abraão, Isaque e Jacó construíram suas trajetórias dessa forma. Além desses, temos outros exemplos: Foi orando que Moisés, o libertador dos hebreus, teve força e inspiração para liderar a saga da fuga do Egito. Quando estava em dúvidas acerca da vontade divina, Gideão orou, e Deus lhe respondeu. Elias, um dos grandes profetas da história de Israel, clamou por fogo dos céus – e o fogo desceu, provando que o Senhor é Deus.
No Novo Testamento, a oração aparece como elemento fundamental da Nova Aliança formada entre Deus e Seu povo. O próprio Cristo, quando esteve fisicamente entre nós, dedicava longos períodos a essa comunhão com o Pai. “Ele subia ao monte, orava, descia e manifestava o poder de Deus; depois, voltava à oração”, destaca o Pr. Paulo Henrique Araújo, líder da sede da Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD) em Salvador (BA). Mesmo em um dos momentos mais dramáticos de sua história, o Filho de Deus recorreu a essa ação, colocando-se ao dispor da vontade do Pai, no Getsêmani. “O cristão deve orar constantemente”, defende o pastor.
O termo “oração” envolve uma série de expressões que são colocadas diante do Trono do Altíssimo durante esse ato. Existe a súplica, forma de oração proferida em humildade e perseverança; o clamor, quando o cristão recorre ao Senhor diante de uma necessidade específica e, em geral, urgente; a intercessão, quando aquele que ora se coloca como intermediário de uma causa alheia, como a de um enfermo. E a oração não depende de lugar, forma ou companhia, para ser eficaz – desde a intimidade da solidão, no quarto (como Jesus recomenda, em Mateus 6.6) até as grandes súplicas coletivas pelo favor divino, como a realizada por Esdras, na consagração da reforma de Jerusalém, conforme narrado em Neemias 8.
“A Bíblia diz que a oração do justo é poderosa em seus efeitos. Então, independentemente do problema enfrentado, o que a pessoa tem de fazer é orar”, ensina Paulo Henrique. E a prática vai muito além dos pedidos que são apresentados ao Pai celestial. Ela também é um veículo para o louvor e a gratidão ao Senhor. “Os heróis da fé tiveram grande sucesso, porque eram homens de oração”, continua o pastor. E erra quem pensa que essa conversa com o Senhor deve seguir uma forma preestabelecida, como mero rito. Na oração-modelo ensinada pelo Mestre, o Pai-nosso, encontram-se vários elementos que devem ser incluídos quando nos dirigimos ao Senhor – o louvor em “Santificado seja o Teu Nome”, a submissão ao Seu poder e à Sua vontade, expressas nas frases “venha a nós o Teu Reino” e “seja feita a Tua vontade”, a busca pelas bênçãos necessárias à vida, no pedido pelo “pão de cada dia” e o pedido de perdão pelos pecados, entre outros.
O Pr. Paulo Henrique lembra que, na Igreja da Graça, é costume a realização de campanhas de oração em prol de um objetivo: “Levamos as pessoas a fazer orações durante períodos determinados, por exemplo”. O objetivo sempre é estimular o crente a desenvolver essa prática – é o “orai sem cessar”, conforme a recomendação do apóstolo Paulo, em 1 Tessalonicenses 5.17. “Tiago escreveu que, se alguém está aflito, deve orar. Às vezes, as pessoas estão aflitas por causa de problemas na família, da vida financeira ou da saúde. Quaisquer que sejam os problemas, a solução é orar, é expor tudo diante de Deus”. Afinal, ninguém menos que Jesus Cristo prometeu: Tudo o que vocês pedirem em oração, creiam que já o receberam, e assim sucederá (Mc 11.24).
