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Por Carlos Fernandes, do Ongrace
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Ao contrário do que muita gente imagina, manter uma alimentação saudável não é um bicho-de-sete-cabeças nem algo que custe caro. É possível, mesmo às pessoas comuns — aquelas que têm de trabalhar muitas horas por dia, enfrentar longos períodos no transporte público e não contam com recursos para adquirir alimentos mais caros ou sofisticados. Mudanças muito simples, como aumentar a ingestão de grãos integrais, frutas e folhas verdes, além de proteínas e carboidratos na medida certa, têm potencial para prolongar a vida e oferecer mais qualidade. São práticas que, com força de vontade e determinação, qualquer um pode observar.
No momento em que doenças metabólicas, como o diabetes, enfermidades cardíacas e outras patologias com forte ligação com aquilo que se come tornam-se uma preocupação mundial, a atenção à mesa vem aumentando. A sociedade ocidental contemporânea, que recorre bastante ao fast-food e enche o prato de produtos processados de rápido preparo, tem adoecido, e parte importante desse processo está associada ao que ingerimos e à quantidade ingerida. Por isso, o trabalho dos nutricionistas é cada vez mais valorizado. Eles são profissionais que estudam os alimentos e seus efeitos no organismo, organizam programas de reeducação alimentar e orientam as pessoas a manter hábitos alimentares saudáveis. É uma área vasta e essencial, cujos profissionais, tanto os que atuam em grandes centros de saúde e em complexos esportivos e educacionais quanto os que dão consultas individuais, estimulam a qualidade de vida e o bem-estar.
Comer bem tem sido um dos maiores desafios, mas é algo totalmente possível. “Deus nos criou de maneira plena. A ‘máquina’, que é o nosso corpo, funciona perfeitamente; nós é que a prejudicamos, ingerindo alimentos errados”, frisa a nutricionista Kaline Alves Ribeiro, de Natal (RN). “Nosso corpo foi ‘programado’ para consumir determinados alimentos e em pouca quantidade”. Nutricionista clínica funcional, com especialidade em obesidade e nutrição esportiva, Kaline atua ainda como coach em emagrecimento e influenciadora digital. É muita coisa ao mesmo tempo, mas ela dá conta de tudo mantendo uma motivação que inclui prática esportiva e uma dieta saudável. “Alimentação e saúde vêm em primeiro lugar, porque, lá na frente, a gente vai colher os resultados disso”, enfatiza.
A fé, obviamente, é um elemento essencial Kaline é membro ativo na Igreja Internacional da Graça de Deus na capital potiguar , mas as escolhas pertencem a cada um. “Alimentação é uma dádiva de Deus, e Ele nos deu tudo com abundância. Porém, é preciso que tenhamos equilíbrio e limites”. Comer em excesso e, sobretudo, itens nocivos é o maior problema. E, embora concorde que a conscientização sobre o tema tem aumentado, a nutricionista lembra que muitas enfermidades começam exatamente por causa do que ingerimos. “Nunca se viram tantos casos de câncer, mal de Alzheimer, doenças autoimunes e neurológicas”, alerta. “Isso cria uma epidemia.”
“Domínio próprio”
No fundo, a questão tem a ver com o que se escolhe e o que se rejeita. Kaline lembra que, como o prático é quase sempre mais acessível do que o adequado, produtos ultraprocessados chegam mais vezes ao prato. “A má alimentação afeta a microbiota intestinal, levando a uma insuficiência absortiva com efeitos ruins para o sono, a cognição e a disposição. É uma carga muito grande que compromete o funcionamento de vários órgãos e altera nosso DNA”. Porém, tudo tem jeito quando há foco e vontade de mudar e a Palavra de Deus é um estímulo e tanto para isso, já que nos orienta a cuidar bem do nosso corpo, templo do Espírito Santo e o instrumento por meio do qual revelamos Cristo ao mundo. “Quando entendemos o que a alimentação pode fazer por nós, isso é libertador”, entusiasma-se Kaline. Algumas recomendações simples de se seguir já fazem enorme diferença (veja mais adiante, nesta matéria). “A ideia básica é comer bem para acordar bem animado, trabalhar com bastante disposição, ter energia para as atividades e, à noite, pegar no sono rápido”, sintetiza.
Quem adota dietas balanceadas não se arrepende; ao contrário, observa, no próprio corpo, sinais evidentes de mudança para melhor. “Há uns dez anos, comecei a buscar práticas mais saudáveis na minha alimentação”, conta a enfermeira Mábila Driely Moura Carvalho Olanczuk, de 36 anos. Ela reconhece que sua motivação veio de uma insatisfação com a estética corporal, mas que logo ajustou devidamente o foco. “Chega uma hora em que não é pela estética, e sim pelo bem-estar, por sentir-se bem. Não é sobre ser magro, mas sobre ser saudável”. Legumes e verduras são frequentes em seu prato, e ela evita ao máximo os produtos industrializados. Mábila não acha difícil seguir regras de boa alimentação. “Arroz, feijão, carne, frango tudo tem a ver com como e quanto a gente faz”. Como resultado de sua disciplina, hoje ela desfruta de excelente saúde, o que a levou a ser atleta amadora, praticante de muita atividade física e de corridas em Teresina, onde vive com a família e frequenta a Igreja da Graça no templo-sede da capital piauiense. “Se a pessoa não tem controle sobre o que come, o que vai controlar na vida?”, questiona. “Isso nos ensina sobre domínio próprio.”
Mesa abençoada
Adotar uma dieta saudável não envolve necessariamente maior gasto ou disciplinas rígidas demais. Providências simples já trazem um enorme ganho para a saúde e a qualidade de vida:
- Dê preferência a alimentos “da terra” frutas, legumes, verduras.
- Identifique se a sua fome é real ou de fundo emocional.
- Aumente a ingestão hídrica durante o dia.
- Inclua em sua dieta legumes variados abóbora, abobrinha, cenoura, chuchu , que alimentam as boas bactérias.
- Mastigue bem os alimentos e faça suas refeições com calma.
- Dê mais atenção a alimentos cozidos, que facilitam a digestão.
- Respeite seu organismo. Evite “beliscar” ao longo do dia.
- Restrinja o consumo de doces, itens de fast-food e bebidas adocicadas. Deixe-os para aquelas ocasiões eventuais.
- Chás de alecrim, boldo, hortelã ou erva-doce, ingeridos 30 minutos antes das refeições, ajudam a “desinchar”.
- Observe bem os sinais e o funcionamento de seu corpo, e não hesite em procurar orientação profissional.