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10/07/2025
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Nigéria, onde a fé tem alto preço

Por Carlos Fernandes, do Ongrace

Protesto em rua de Lagos, na Nigéria, país onde extremistas islâmicos atacam cristãos, matam pastores, queimam igrejas e destroem aldeias inteiras – Imagem: Vic Josh / Adobe Stock

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No dia 13 de junho, cerca de 200 cristãos foram mortos durante um ataque de extremistas no estado de Benue, na Nigéria. O crime foi cometido por militantes islâmicos da etnia fulani, os quais integram grupos radicais que perseguem comunidades cristãs locais. O bando invadiu a aldeia de Yelewata à noite, enquanto os moradores dormiam. O massacre se soma a outras dezenas de ocorrências do gênero, em uma nova onda de perseguição religiosa no país africano.

De acordo com informes divulgados pela Missão Portas Abertas, que atua em favor da liberdade de crença ao redor do mundo, as vítimas eram de famílias provenientes de outras regiões em conflito, que procuravam abrigo em um antigo mercado e em locais provisórios na região central da Nigéria. No intervalo de apenas um ano, cerca de 10 mil assassinatos de seguidores de Cristo foram registrados na Lista Vermelha 2025, compilada pela agência humanitária Global Christian Relief. Segundo a organização, grande parte dos crimes é praticada por milícias extremistas de orientação muçulmana, como o Boko Haram e o Estado Islâmico, e por grupos étnicos hostis ao cristianismo, como os fulani.

Ao mesmo tempo em que recrudesce a violência religiosa, muitos servos do Senhor se veem forçados a deixar suas regiões de origem para viver em acampamentos improvisados, em precárias condições de habitação, saneamento e alimentação. “O número de ataques, sequestros e execuções faz do país o mais perigoso para cristãos no mundo”, destaca Marco Cruz, secretário-geral de Portas Abertas no Brasil.

Houve um aumento considerável da violência religiosa na Nigéria durante o governo do ex-presidente Muhammadu Buhari (2015-2023). Em sua gestão, as autoridades se mostraram lenientes na investigação dos casos, e poucos criminosos foram punidos, o que encoraja novas ações de radicais. “Eles queimam igrejas, matam pastores e destroem aldeias inteiras. Apesar do discurso oficial de conflito territorial, o alvo é a fé cristã”, denuncia o Pr. Daniel Moulié, coordenador de Inteligência Missionária e Segurança da Junta de Missões Mundiais (JMM) da Convenção Batista Brasileira (CBB), acrescentando que a região norte da Nigéria, predominantemente muçulmana, concentra a maior parte dos ataques contra os que seguem a Cristo.

Em abril deste ano, dois pastores nigerianos, Wilfred Anagbe e Remegius Ihulya, depuseram no Congresso dos Estados Unidos contra os assassinatos em massa de cristãos em seu país. Depois do encontro, Anagabe recebeu um comunicado, atribuído ao Ministério das Relações Exteriores da Nigéria, para “tomar cuidado com suas palavras”. Já Ihulya encontrou ameaças em seu celular, oriundas de perfis não identificados.

O atual presidente do país, Bola Tinubu, que é muçulmano, assumiu o poder com um discurso de apaziguamento. Uma de suas medidas foi promover melhor equilíbrio entre muçulmanos e cristãos durante seu governo. No entanto, prevalece, em muitas províncias, o controle de milícias locais e a influência da Sharia – versão radical do islã incorporada às leis – e de tribunais de matriz religiosa.

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