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Perigo que mora em casa

Avançar da idade aumenta o risco de acidentes domésticos, mas pequenos cuidados ajudam a evitá-los

Por Carlos Fernandes, do Ongrace

Imagem: Freepik

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O recente acidente doméstico sofrido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou a atenção do país para um risco recorrente que afeta a integridade física e a qualidade de vida da pessoa idosa: a vulnerabilidade a esse tipo de ocorrência. Aos 79 anos, Lula sofreu uma queda no banheiro do Palácio da Alvorada, sua residência oficial, e teve um trauma craniano. A princípio, a lesão, na parte de trás da cabeça, não apresentou maiores consequências. No entanto, cerca de um mês depois, agravou-se para uma hemorragia, que levou o chefe de Estado a passar por uma cirurgia de emergência para conter o edema. Dias depois, uma nova intervenção foi realizada, desta vez para uma embolização, com objetivo de prevenir novos problemas na região, sobretudo em face da idade do presidente.

Lula se juntou à lista de idosos que sofreram danos físicos em casa. De acordo com informações do Datasus, houve 106 mil atendimentos hospitalares a essa faixa etária em 2023. Grande parte deles para tratar fraturas de membros superiores e inferiores, traumas cranianos e outras ocorrências, como queimaduras ou intoxicação por gás de cozinha, capazes de comprometer a saúde e a vida dos pacientes. “Diversos fatores podem causar o aumento de quedas entre os idosos, como fraqueza e perda muscular, efeitos colaterais de alguns remédios ou falta de sensibilidade por distúrbios neurológicos”, aponta o presidente da Sociedade Brasileira do Trauma Ortopédico, Marcelo Tadeu Caiero.

O especialista explica que a recuperação de pessoas idosas não é simples. Uma fratura, geralmente, precisa de intervenção cirúrgica ou de períodos prolongados de imobilizações, já que a estrutura óssea de muitos desses indivíduos é comprometida por patologias, como a osteoporose. A prevenção inclui uma abordagem multidisciplinar, com acompanhamento médico a fim de identificar e tratar condições de saúde que aumentam o risco, tais como: fragilidade muscular, desvios de coluna e enfermidades neurológicas que provocam desequilíbrio e confusão mental. Contudo, algumas práticas simples podem reduzir, de maneira significativa, o perigo ao qual idosos estão expostos dentro de casa:

  • Tapetes e outras peças de tecido no chão devem ser removidos.
  • Lâmpadas de baixa intensidade podem ser instaladas nos espaços de trânsito, como rodapé dos quartos e entrada do banheiro.
  • Roupas e itens de cama e mesa devem ser posicionados em prateleiras com altura que permitam ao idoso pegá-los sem se abaixar ou ter de subir em bancos ou cadeiras.
  • Fios de telefone e equipamentos elétricos devem ficar fora das áreas de deslocamento e nunca embaixo de tapetes.
  • Móveis devem ser posicionados de modo a permitir espaços abertos o suficiente para o idoso passar.

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