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Uso de aplicativos bíblicos cresce no Brasil

Carlos Fernandes, do Ongrace

Uso de ferramentas bíblicas digitais cresceu mais de 100% no Brasil, em 2023 – Imagem: Rodrigo Di Castro

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Durante muitas gerações de crentes, a imagem clássica da família de Bíblia em punho, a caminho da casa do Senhor, era a regra. A companhia constante e inseparável do Livro Sagrado até levou os evangélicos a serem tratados, por muito tempo, como “os Bíblias”. Hoje, ainda vemos muitos irmãos carregando um exemplar das Sagradas Escrituras — porém, já não é a regra. Cada vez mais comuns, os aplicativos e outras ferramentas digitais que disponibilizam a Palavra de Deus nos tablets e smartphones têm sido bastante utilizados, durante as reuniões, na prática devocional, e entre os mais jovens. Hoje, qualquer pessoa pode ter várias versões simultâneas das Escrituras, chaves bíblicas, roteiros de leitura e uma infinidade de ajudas quando o assunto é ler e estudar o Texto Sagrado. O que antes só podia ser consultado por meio de vários volumes impressos, hoje pode ser guardado no bolso e acessado a qualquer hora, no transporte em direção ao trabalho, na sala de espera do médico e, até, na academia.

O sucesso desses apps já é tanto, que tem motivado a criação de uma série de subprodutos, grande parte deles gratuitos, que podem ser baixados e usados livremente, como devocionais e estudos bíblicos. A tendência é notada em números. Só para se ter uma ideia, o uso de aplicativos da Bíblia pelos brasileiros cresceu 112%, no ano de 2023. No período, mais de 11 milhões de downloads do YourVersion — que inclui o Bible App, o Bible App Lite e o Bible App para Crianças —, por exemplo, foram feitos. Hoje, as opções são as mais variadas, indo desde as ferramentas que contêm apenas o texto bíblico a softwares avançados, dotados de recursos de inteligência artificial, os quais equivalem a uma verdadeira biblioteca — com a vantagem da interação instantânea, onde quer que haja sinal de comunicação digital.

O Pr. Adalberto destaca a utilidade das ferramentas digitais para a leitura bíblica devocional e a evangelização – Imagem: Arquivo pessoal

Com uma população evangélica estimada em 65 milhões de pessoas, é natural que o país assuma protagonismo, também, no uso de ferramentas bíblicas digitais. “Estamos vivendo em um mundo em que a tecnologia só aumenta, e é de suma importância o avanço tecnológico dessas ferramentas não só para ler como também para evangelizar”, opina o Pr. Adalberto Carvalho, líder estadual da IIGD no Amapá. Adepto do bom uso dos smartphones pelo povo de Deus, ele incentiva os membros da Igreja a baixar essa natureza de aplicativos no celular: “Geralmente, as pessoas não saem de casa sem o aparelho. Então, oriento o povo a sempre se alimentar da Palavra quando houver um tempo livre”. Adalberto usa os apps bíblicos para leitura e na função áudio. Contudo, ele também estimula as pessoas a levarem a Bíblia impressa à Igreja — “Até, para não se perder esse costume”, observa.

Leitura guiada

A extrema funcionalidade dos programas de leitura não se limita à meditação bíblica. Com eles, pode-se acessar uma série de funcionalidades, como pesquisas on-line e links que remetem a conteúdos relativos ao trecho lido. Até quem estuda outros idiomas encontra ajuda, pois é possível fazer, simultaneamente, a comparação de versículos em português e outras línguas. Isso agrada, particularmente, àqueles que fazem uso frequente dos aparelhos digitais. “No dia a dia, é mais prático, já que o celular também é meu meio de trabalho”, declara a biomédica Jessiana Maria de Matos, membro da Igreja da Graça em Fortaleza (CE). Aos 23 anos de idade, ela é uma nativa digital e fala com a desenvoltura de quem tem a tecnologia como extensão de si mesma — o que inclui, é claro, a fé: “Eu costumo utilizar as outras funções do aplicativo, como devocionais, estudos, versículos do dia etc. Além disso, me beneficio da função chamada ‘leitura guiada’, o que me ajuda a direcionar o que leio e acho muito interessante”. Jessiana conta que migrou para a versão digital da Bíblia pela praticidade e para evitar carregar volume na bolsa. Nos cultos e nos devocionais pessoais, porém, prefere a edição impressa não só por uma questão de reverência como também de foco. “Seleciono os aplicativos que podem me enviar notificações, para não ser ‘tentada’ a abrir outras coisas, principalmente quando tenho uma conversa não encerrada no WhatsApp.”

A biomédica Jessiana é usuária dos apps bíblicos: “No dia a dia, é mais prático” – Imagem: Arquivo pessoal

Para quem é jovem, é mesmo difícil resistir aos aplicativos de conteúdo cristão. “Com eles, consigo me conectar com Deus em qualquer lugar”, entusiasma-se a líder de jovens e ministra de louvor Sara Marques Joaquim, da sede da Igreja Internacional da Graça de Deus em Sorocaba (SP). “Também uso muitos conteúdos de streaming para ouvir podcasts, pregações e até mesmo o próprio app da Bíblia, que disponibiliza muitos devocionais e estudos”. Sara acredita que a inclusão proporcionada pela tecnologia facilita o acesso à Palavra a pessoas com menos capacidade de leitura ou mesmo deficiência física, que, de outra forma, enfrentariam dificuldades em ler ou manusear a Bíblia impressa. “Ter uma porta de acesso para o conteúdo espiritual e estar sempre conectado com Deus é um ponto muito positivo desses apps”, elogia.

A facilidade para ler a Palavra e se conectar a Deus em qualquer lugar é um ponto positivo que agrada a líder de jovens Sara Marques – Imagem: Arquivo pessoal

A jornalista Sara Florencio, 27 anos, é outra para quem o celular é essencial no trabalho. Analista de Comunicação e coordenadora do setor de mídias da sede da IIGD em Campinas (SP), ela está o tempo todo ligada à tecnologia da informação. “Eu uso o aplicativo quando monto as legendas para os posts da Igreja”, conta Sara, que tem como uma das responsabilidades as publicações da congregação nas redes sociais. “Se estou no computador e preciso de algo rápido, abro o app e olho”. A jovem reconhece que já usou mais os apps bíblicos — só que isso também trazia alguns inconvenientes. “Muita coisa ficava perdida, como versículos ótimos que eu deixava para ler depois e acabava esquecendo. É que, no celular, tem aquela coisa da distração”. Por isso, hoje, Sara prefere alternar entre a Bíblia física e a virtual, conforme o momento e a necessidade. “Durante os cultos, eu consigo até fazer anotações no bloco de notas digital, mas, na Bíblia de papel, eu vou grifando trechos importantes e anotando nas próprias páginas, o que ajuda a memorizar a Palavra de Deus. Então, prefiro a Bíblia física.”

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