
Acessibilidade deficiente
13/07/2025Por Carlos Fernandes, do Ongrace

COMPARTILHE
Os primeiros cristãos com maior poder aquisitivo investiam na construção de igrejas e espaços comunitários para a prática da fé. Essa é a conclusão de um artigo do arqueólogo israelense Jacob Ashkenazi, do Kinneret College, instituição acadêmica sediada na Galileia, no Norte de Israel.
De acordo com o especialista, durante décadas, arqueólogos que pesquisaram e escavaram locais em áreas de Israel, Jordânia, Líbano, Arábia Saudita e parte da Síria registraram um número surpreendente de templos. “Na província romana da Palestina, mais de 700 igrejas foram documentadas em contextos arqueológicos, sem mencionar aquelas citadas em fontes históricas. É realmente inacreditável”, declarou Ashkenazi.
Segundo ele, a construção de pequenas igrejas cristãs ganhou força especialmente durante a Antiguidade Tardia, período que compreende os séculos 4 e 7 da Era Cristã. “Na época clássica, sob o domínio grego e romano em todo o Mundo Antigo, pessoas ricas costumavam contribuir para a esfera pública, financiando a construção de casas de banho, teatros e anfiteatros, e patrocinando espetáculos e festivais públicos”, ressalta o arqueólogo, acrescentando que, com a expansão do cristianismo no Oriente Médio, houve uma mudança nesse tipo de patrocínio. “Muitas pessoas se converteram ao Evangelho e passaram a financiar a construção de igrejas”, informou Jacob Ashkenazi.
No texto, publicado na revista inglesa Levant, especializada em Antropologia e Arqueologia do Oriente Médio, Ashkenazi afirma que muitas dessas igrejas eram estruturas luxuosas construídas dentro de casas particulares, com portas que se abriam tanto para o espaço da família quanto para a rua. Na opinião dele, havia um objetivo duplo nessas ações: além de disseminar a fé, esse tipo de contribuição com a comunidade cristã, na forma de construção de pequenos templos, reforçava o prestígio social do indivíduo.