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Cristãos estão desaparecendo de regiões do tempo dos apóstolos

Por Carlos Fernandes, do Ongrace

Oração em templo copta: presença cristã na Síria, na Turquia e no Egito caiu vertiginosamente nas últimas décadas – Imagem: Julian /Adobe Stock

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Berço do cristianismo e região na qual o Evangelho primeiro foi pregado, a Terra Santa e suas vizinhanças têm presenciado um desaparecimento da fé cristã. Essa mudança é evidente não apenas em territórios palestinos, como a Belém, local do nascimento de Jesus, mas também em nações, como a Síria — onde ocorreu a conversão do apóstolo Paulo —; na Turquia, destino de algumas das primeiras viagens missionárias e onde foram fundadas igrejas pioneiras; e no Egito, lar de algumas das mais antigas comunidades cristãs.

Segundo uma pesquisa do International Christian Concern (ICC), organização que monitora a perseguição religiosa no mundo, a presença cristã caiu drasticamente em Belém. Em meados do século passado — quando foi fundado o Estado de Israel —, os cristãos representavam cerca de 85% da população. Hoje, esse número passou para menos de dez por cento. A pesquisadora Linda Burkle aponta: “Os cristãos estão saindo da cidade, que fica na atual Cisjordânia, não apenas pela falta de emprego, mas também pela discriminação”.

Na Síria, onde o cristianismo floresceu no primeiro século, o percentual de servos de Deus também diminuiu de modo significativo. “Historicamente, os cristãos constituíam uma porcentagem considerável da população, quase 12%. Em 2011, havia 1,5 milhão deles no país. Devido à perseguição generalizada por terroristas islâmicos e à guerra civil, esse número caiu para apenas 300 mil em 2022, menos de 2% da população”, revela Linda.

A Turquia, mencionada como Ásia Menor no Antigo Testamento, é hoje uma nação de maioria muçulmana: 98% de seus 87 milhões de habitantes professam o islamismo. Porém, nem sempre foi assim. Nos tempos bíblicos, a região acompanhou o florescimento de comunidades cristãs pujantes, e o cristianismo se estabeleceu como tradição importante por séculos. No entanto, a islamização do país, a partir do século 10, mudou esse cenário, e, no início do século 20, tudo piorou.

Atualmente, a comunidade cristã na Turquia não passa de 0,04%, e o regime “mão de ferro” do presidente ultranacionalista Recep Erdogan faz com que grande parte dos seguidores de Cristo exerça sua fé no anonimato. “Há uma campanha de propaganda anticristã orquestrada pelo governo, acompanhada por crescentes restrições à liberdade religiosa”, destaca Burkle.

Já no Egito, onde a Igreja Ortodoxa Copta já teve presença marcante, o domínio romano (que se estendeu até o século 5), e a posterior expansão do islamismo (a partir dos anos 700), trouxeram diferentes graus de perseguição aos crentes em Jesus, que hoje não passam de 10% da população egípcia. Para Linda, o exemplo de Síria, Egito e Turquia mostra que, além da opressão islâmica – a principal causa do desaparecimento desse público em terras bíblicas –, essa redução tem outras motivações: “Proporcionalmente, os muçulmanos tendem a ter famílias muito mais numerosas do que os cristãos”, observa ela.

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