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06/10/2025
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Risco de apagão no país por sobrecarga de energia solar

Por Carlos Fernandes, do Ongrace

Agências reguladoras alertam que descontrole na geração de energia por painéis solares pode colapsar sistema elétrico – Imagem: Tom por Pixabay

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O risco iminente de um apagão no Brasil, provocado por sobrecarga de energia elétrica, tem mobilizado os órgãos do setor. O centro da preocupação está na chamada micro e minigeração, realizada por meio de células fotovoltaicas — os conhecidos painéis solares. Com a rápida disseminação desse tipo de dispositivo, instalado em residências, comércios, escolas e outros estabelecimentos, tem havido uma superprodução que ameaça o controle de frequência e de tensão do Sistema Integrado Nacional (SIN).

No dia 19 de setembro, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), órgão estatal responsável por regular e fiscalizar o setor no Brasil, realizou reunião de emergência com o Operador Nacional do Sistema (ONS) e a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee). Um dos temas discutidos foi, justamente, a segurança do sistema, diante dos impactos do crescimento acelerado da micro e minigeração distribuída de energia.

A produção independente de energia solar ganhou força a partir dos anos 2010, com a criação de incentivos e subsídios para quem quisesse instalar os painéis e, assim, reduzir os próprios custos de consumo. Para a energia excedente, foi criado um sistema que permite o repasse remunerado dessa sobra às empresas distribuidoras. A geração solar rapidamente se popularizou tanto no ambiente urbano como na zona rural — hoje, já são 5 milhões de imóveis dotados do equipamento em todo o território nacional, e muitos consumidores, praticamente, zeraram os gastos com eletricidade.

Segundo a Associação Brasileira de Energia Fotovoltaica (Absolar), a capacidade instalada no país por pequenos produtores ultrapassa os 43 gigawatts, em torno de 18% da energia produzida na nação. O setor movimenta 200 bilhões de reais em investimentos e proporciona 1,3 milhão de postos de trabalho. O que antes era tratado como solução, agora, revela-se um problema potencial. Como essa geração se expandiu de modo rápido e difícil de controlar, o ONS alerta que tem enfrentado dificuldades para estabilizar o fornecimento com segurança, devido ao súbito aumento da energia disponível.

Episódios recentes reforçam a apreensão. Em maio deste ano, uma sobrecarga forçou um remanejamento emergencial de parte da energia produzida de maneira convencional, por meio de hidrelétricas. Já no último 10 de agosto, Dia dos Pais, cerca de 40% da energia consumida no país veio de painéis solares, o que dificultou o controle da distribuição. Foi preciso uma operação de estabilização, que incluiu a interrupção temporária da produção das usinas, para evitar um apagão de grandes proporções.

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